Depois de ser duramente assediado para migrar ao Partido da Social Democrático (PSD) pelo ex-democrata e amigo, prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e pelos senadores Kátia Abreu (DEM/TO) e Renan Calheiros (PMDB/AL), que o convidaram para migrar e liderar o bloco governista ingressando no novo partido, o senador mato-grossense Jaime Campos preferiu se manter no Democratas, que recentemente o indicou para a presidência da Comissão de Assuntos Sociais.
Mesmo reconhecendo a força da frente política que deverá se formar em Mato Grosso, superando muitos dos partidos do Estado em tamanho e peso eleitoral, Jaime que na sua trajetória política de 30 anos trocou apenas uma vez de partido, preferiu permanecer na sigla, apostando que “mesmo com a saída de valorosos companheiros, o DEM continuará e se consolidará como agremiação de oposição responsável e consistente”, ponderou ele, que por sua posição acabou sendo escolhido como o líder da Minoria no Congresso Nacional.
Com a decisão, o senador de Mato Grosso liderará uma bancada de 129 congressistas, ou seja, 111 deputados e 18 senadores de oposição que, em se mantendo unida, deverá dar bastante dor de cabeça aos governistas e à presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e que vem se posicionando como diferencial.
Na condição de líder das oposições, o senador Jaime Campos (DEM), que está na segunda parte de seu mandato de oito anos, já que foi eleito em 2006 e empossado em 2007, sinalizou que manterá a independência e a critica ao governo federal quando não concordar com as ações puramente partidárias que são comuns de se ver dentro do aparato do Poder Executivo federal e dos partidos governistas, principalmente o PT.
“Vamos fazer nosso papel, criticar o que não for bom para o Brasil e para Mato Grosso, assim como reconhecer aquilo que for feito dentro dos parâmetros do respeito e da ordem pública, pois governo que cumpre obrigações e se vangloria disto está enganando a população”, sinalizou o senador democrata.
Jaime Campos disse ainda que pretende fazer um trabalho de conjunto com todos os deputados federais e senadores de oposição, lembrando que existem no Congresso Nacional grandes nomes políticos de respeito nacional e que não se posicionam contrários ao atual governo apenas por fazer oposição, mas com consistência e com a determinação de apontar os erros daqueles que só veem os próprios acertos.
Ele ponderou ainda que a Câmara e o Senado terão pela frente nos próximos quatro anos, matérias essenciais que devem ser amplamente debatidas e disparou que vai dar transparência a todas articulações no sentido de se aprovar matérias sem a devida discussão aprofundada dos temas polêmicos. “Se deixarmos as coisas correrem soltas, em dois tempo a bancada governista aprova a criação de novas taxas como a CPMF, que foi derrubada pelo Senado, numa votação histórica, pois a sociedade se manifestou contra a taxa”, disse.
Jaime explicou ainda que pretende discutir com todos os senadores a possibilidade de se debater em audiências públicas ou mesmo através de plebiscitos ou consultas públicas, assuntos de máxima importância como as Reformas, Política, Tributária e Previdenciária. “A população só vai se inteirar dessas questões se for chamada para decidir, pois opinar sem ver suas aspirações aprovadas é ruim”. As vezes o que os políticos, ou governo, entendem como sendo o melhor, não é interpretado pela população da mesma maneira, por isso que decisões como reeleição, filiação partidária, sistema de votação, enfim, questões relativas ao processo eleitoral devem ser votadas pela população, como aconteceu com a Lei da Ficha Limpa, de iniciativa popular.