Nesta terça-feira, quando anunciar o secretariado 2009/2010, o prefeito de Cuiabá Wilson Santos não deve trazer mais nenhuma surpresa. O quadro de auxiliares no primeiro escalão já está definido. A única incógnita segue sendo a ex-vice governadora Iraci França, convidada para a Secretaria de Bem-Estar Social, cargo que ocupou quando o deputado Roberto França, seu esposo, foi prefeito – e, portanto, conhece muito bem. “Ele deu um prazo maior para que ela possa pensar melhor.” – indicou uma fonte. Em outras palavras, Wilson recusou o “não” que Iraci o levou na segunda-feira, num encontro realizado pela manhã.
O prefeito contrapôs cada um dos argumentos apresentados por Iraci para recusar o cargo. A começar pelo falecimento do pai, cuja missa de sétimo dia acontece nesta terça-feira. Iraci também argumentou, entre outras situações, a permanência de Celcita Pinheiro no cargo. Santos, no entanto, disse que Celcita terá novos missões em seu gabinete e que também não abrirá mão da viúva do ex-senador Jonas Pinheiro.
Em verdade, Santos sabe da competência de Iraci França no posto, reconhece sua capacidade de articular melhor o setor e possibilidades de atrair mais recursos para a Capital. Mas é a importância que tem o nome da ex-vice governadora que está em jogo em suas pretensões políticas futuras. Com ela na Prefeitura, Wilson Santos praticamente sela seu grupo de aliados para 2010 e o que é mais importante: uma ala política atualmente “despartidarizada”, que seguem o deputado estadual Roberto França, há dois anos sem militância partidária.
Claro que se vier mais gente para apoiar seu nome ao Governo do Estado, melhor. O bom político não dispensa apoio de ninguém para completar seus objetivos políticos. E Wilson é um bom político. Nesse ponto, tirou nota alta, especialmente porque agiu rápido. Além do próprio partido, onde não enfrenta qualquer resistência, Wilson já selou acordo com o PTB do vice-prefeito Francisco Galindo; do PP de José Riva, que indicou Marcus Fabrício para a Agência Municipal de Habitação, que deve virar secretaria; DEM, partido de Iraci e que deve indicar vários nomes para o segundo escalão; PMDB de Carlos Bezerra; PPS, que também deve indicar no segundo e terceiros “escalões”; PDT, que ganhou uma secretaria e o próprio PV, além de outros partidos menores.
Além do nome de Iraci França, Santos deverá confirmar que concedeu um prazo maior para que os verdes cheguem a um concenso sobre a indicação da “lista tríplice” para a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano. Mais 10 dias, provavelmente, o partido encontrará uma solução para o impasse criado pelo ex-presidente Antônio Carlos Nogueira, cujo nome foi excluído da relação pelo partido. Nogueira ingressou com representação junto ao Diretório Nacional pedindo intervenção na decisão partidária.
Outro nome que deverá ser confirmado para o cargo, mas não vai assumir agora é o de Edivá Pereira Alves, vereador reeleito, indicado para ocupar a direção da Superintendência de Trânsito e Transportes Urbanos (SMTU). Alves ainda precisa se licenciar do cargo de vereador. O Legislativo só reabre as atividades no dia 2 de fevereiro.
Em tempos de busca de entendimentos políticos, Santos seguiu a cartilha: criou novas secretarias. São elas: Secretaria Extraordinária de Regularização Fundiária; Secretaria de Desenvolvimento Urbano; e Secretaria de Igualdade Racial. A única definição de nome é da ex-vice prefeita Jacy Proença. As outras duas ainda dependerá de novos entendimentos partidários. As secretarias serão criadas também dentro do projeto de reforma administrativa que deve ser encaminhado à Câmara Municipal no começo de fevereiro.