O inquérito para investigar se houve vazamento à imprensa de informações da Operação Persona, da Polícia Federal (PF), não avaliará a validade das acusações de que a multinacional Cisco usou duas empresas “laranjas” para doar dinheiro ao PT, informou hoje (19) à Agência Brasil o ministro da Justiça, Tarso Genro. Segundo ele, as apurações se concentrarão em descobrir se a PF repassou dados de forma ilegal.
“No que se refere à divulgação que o jornal faz, para nós, não nos provoca nenhum juízo, porque está dentro do âmbito da liberdade de imprensa”, disse o ministro. “Agora, verificar se houve um vazamento criminoso [de informações] por parte dos funcionários da Polícia Federal, isso está no âmbito da nossa competência e vai ser, realmente, investigado”, completou.
Tarso Genro acrescentou que o delegado que conduziu a Operação Persona terá autonomia para decidir se tornará público o resultado das investigações. O ministro afirmou, no entanto, que essa divulgação deverá seguir orientações. “Quando a Polícia Federal presta informações, elas precisam ter a fonte especificada, sob orientação do delegado que preside o inquérito ou do superintendente da região”, explicou.
Ontem (18), reportagem do jornal Folha de S.Paulo informou que há “são fartos os indícios” de que a multinacional Cisco se valeu de duas empresas “laranjas” para doar R$ 500 mil ao PT. A publicação atribui as informações às investigações da Operação Persona, que prendeu 40 pessoas no mês passado. A PF anunciou que investigará se houve vazamento de informações do caso.