O índio Megaron Txucarramãe enviou carta, hoje, ao Só Notícias, rebatendo as declarações feitas pelo diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antônio Pagot. Para ele, Pagot foi “infeliz” ao dizer -na entrevista exclusiva ao Só Notícias- que “malandro tem em qualquer lugar, inclusive no Parque Nacional do Xingu”. Megaron expôs que os índios desta localidade não estão inclusos na manifestação ocorrida, esta semana, em frente a sede da prefeitura de Colíder (no Nortão) cobrando pagamento de compensações por conta das obras da BR-163 do Nortão a Santarém (PA) e que causarão impacto no parque do Xingu.
Megaron retrucou as informações de Pagot. “Com relação ao valor de R$ 6 milhões que o Dnit diz ter sido repassado posteriormente, Pagot vai ter que esclarecer para quem foi repassado e queremos a confirmação da Funai se isso realmente foi disponibilizado e como foi gasto esta verba, afinal como já foi citado, malandro tem em todo lugar, inclusive no DNIT”, rebate Megaron.
De acordo com o índio, a manifestação criticada por Pagot teve o objetivo de solicitar esclarecimentos ao DNIT sobre o recurso do Plano Básico Ambiental da BR-163 que não estão sendo repassados as aldeias Kororoti, Omeikrãkum e Kakãkubem, conforme acordo firmado.
Em 2009, em reunião na Funai em Brasília, no qual estavam representantes do Dnit e líderes da aldeia Kubenkokre, no qual foi decidido que R$ 1 milhão relativo a compensação ambiental pela pavimentação da BR-163, entre Cuiabá a Santarém (PA). Deste montante, 67,5% seria destinado a aldeia Kubenkokre e o restante para as aldeias que tiveram origem a partir dela que são as aldeias Kororoti , Omeikrãkum e Kakãkubem, situadas ao sul da terra indígena Mekragnoti.
“É isso que nós queremos saber: por que não está sendo cumprido tal acordo pelo presidente do DNIT ?. Não queremos saber dos R$ 13 milhões que ele cita na entrevista, isso não tem nada a ver com essas aldeias que estão se manifestando, elas não terão beneficio algum desse montante e também não temos a informação se estas aldeias estão realmente recebendo tais recursos e isso tem que ficar bem claro”, questiona o indígena, no documento. Veja a íntegra da carta aqui
Na entrevista, Pagot expôs que o DNIT e Funai cumpriram os acordos repassando R$ 19 milhões para obras de estradas no parque, compra de ambulâncias, micro ônibus, barcos, motores e ações que foram feitas no parque do Xingú. E que o DNIT “não deve nada” para os índios. Na entrevista ainda afirmou, sem citar nomes: “malandro tem em qualquer lugar, inclusive no Parque Nacional do Xingu.