A presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), exonerou o superintendente em Mato Grosso, João Bosco de Morais, preso ontem pela Polícia Federal, a pedido do Ministério Público Federal. A direção do instituto divulgou nota apontando que “conforme expressamente manifesto no inquérito do Ministério Público Federal, as investigações foram iniciadas a partir de solicitação do próprio Incra Nacional” e que seguirá prestando toda a colaboração necessária à Polícia Federal e ao MPF para a conclusão das investigações, a apuração e a punição dos responsáveis pelas irregularidades.
Além de João Bosco, conforme Só Notícias já informou, foram presos ainda o vice-superintende, Valdir Perius, e o procurador regional, Anildo Braz Rosário, além do chefe da Divisão de Obtenção de Terras, Marco Antônio Rocha e Silva e outros quatro funcionários do órgão. O Incra ainda não confirmou se eles serão exonerados.
Foram presas em Mato Grosso 14 pessoas (3 delas em Sinop) outras no interior de São Paulo, incluindo azendeiros e empresários. “O Incra com certeza hoje fomenta a indústria de grilagem de Mato Grosso, corrupção, fraude contra o erário e fomenta o desmatamento da floresta”, declarou o procurador Mário Lúcio Avelar, responsável pela investigação que teve início em junho de 2007, durante entrevista coletiva. Ainda de acordo com o Mário Lúcio, 53% dos projetos de assentamentos são irregulares. Os funcionários do Incra chegam a fraudar mapas de terras e criarem conflitos para poder pedir a desapropriação de terras.
Leia ainda:
Após prisões, procurador diz que Incra-MT fomenta grilagem