O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE fará, no primeiro semestre do ano que vem, a contagem populacional nos municípios com até 170 mil habitantes. Em Mato Grosso, o levantamento não será feito em Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis, devido ao número de habitantes ser superior ao estipulado pela pesquisa. O último levantamento populacional feito pelo instituto foi alvo de criticas de lideranças políticas de várias cidades do Nortão que discordaram dos números apresentados.
Sinop, a maior cidade da região e quarto maior colégio eleitoral do Estado, tem cerca de 97 mil habitantes de acordo com o último censo do IBGE. O prefeito Nilson Leitão discordou, ano passado, dos números apresentados e chegou a pedir recontagem, alegando prejuízos econômicos para o município. É baseado no número de habitantes que o Governo Federal destina os respectivos volumes de recursos para os setores de saúde, educação, assistência social, dentre outros. Em Lucas do Rio Verde também houve criticas ao trabalho do IBGE.
Para esclarecer dúvidas dos prefeitos sobre a pesquisa, a Associação Mato-grossense dos Municípios – AMM incluiu entre as palestras do III Encontro dos Prefeitos de Mato Grosso o tema “Contagem Populacional e Censo Agropecuário”. O presidente da entidade, José Aparecido dos Santos, disse – por intermédio da assessoria-, que os prefeitos estão na expectativa de que a contagem repare as injustiças cometidas com muitas prefeituras.
O chefe do IBGE no Estado, Deovaldo Benedito de Souza, explicou que o trabalho de contagem populacional será realizado entre os meses de abril e julho de 2007 e deve envolver cerca de duas mil pessoas. “É de extrema importância a participação efetiva da sociedade civil nesse levantamento para que possamos atender os anseios dos municípios”, explicou Deovaldo. O principal critério utilizado pelo Tribunal de Contas da União – TCU para definir o Fundo de Participação dos Municípios – FPM é o índice populacional. Por esse motivo, vários municípios de Mato Grosso questionam o índice na justiça alegando que a estimativa populacional realizada pelo IBGE não corresponde à realidade.
Outra reclamação constante dos prefeitos é o tempo de 10 anos entre um censo e outro. Segundo os gestores a realidade social e econômica de uma cidade sofre várias alterações durante uma década.
De acordo com o IBGE a contagem populacional deveria ser realizada nos anos de final cinco, mas como a pesquisa necessita de recursos da União para ser concretizada e nem sempre os valores são liberados a tempo, o estudo foi feito pela primeira vez em 1996 e será realizado em 2007.
Para a contagem populacional serão contratadas cerca de duas mil pessoas nos próprios municípios através de processo seletivo. Os técnicos serão divididos em duas equipes, campo e coordenação. Será formada ainda, em cada cidade, uma Comissão Municipal Censitária que terá como integrantes um funcionário do IBGE e dois servidores indicados pelo prefeito. Segundo Deovaldo, o papel da comissão é dar transparência ao processo. A pesquisa foi a alternativa encontrada pelo órgão para atender aos municípios que questionam o índice do FPM, que em muitos casos é a principal receita da administração.