O mais novo procurador de Justiça de Mato Grosso, Alexandre de Matos Guedes, foi empossado, esta manhã, na sede do Ministério Público em Cuiabá e quebrou o protocolo. Com a Constituição Federal nas mãos, no momento do juramento fez questão de erguê-la para reforçar seu compromisso com a defesa do regime democrático de direito e surpreendeu ao iniciar seu discurso com linguagem inclusiva, contemplando os não-binário (pessoas que não se percebem como pertencentes a um gênero exclusivo). “O Ministério Público é isso, uma instituição que deve buscar a inclusão de pessoas marginalizadas por questões econômicas, políticas ou por serem consideradas supostamente imorais”, defendeu.
“Em um estado em que existe fila de ossinhos (mencionando pessoas em busca de comida na capital), tem fome e sem teto, o Ministério Público precisa ser um agente de transformação da realidade, não porque assim queremos, mas porque a Constituição assim o exige”, declarou, ao enaltecer o papel do Ministério Público como instituição de transformação social. “O missionário não prega aos convertidos, esse é o papel do sacerdócio. O missionário tem que pregar a Constituição em terras pagãs, nas terras daqueles que não acreditam na palavra da Constituição, por isso o Ministério Público é tão combatido porque as pessoas ainda querem crer no compadrio, em todos aqueles males do Brasil Colônia, do Brasil Império ou da República Velha”, afirmou.
Guedes reforçou que é dever do Ministério Público, levar a Constituição de 1988 “a cada processo, a cada situação de combate à violação ao patrimônio público, a cada vez que tentamos preservar biomas, a cada vez que defendemos a saúde de pessoas e da coletividade, a cada vez que nós preservamos o devido processo legal nos processos criminais”.
O procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges Pereira, em seu discurso, lembrou que nos últimos anos é o nono procurador de Justiça que passa a integrar o colégio. Lamentou, no entanto, que nem sempre as renovações ocorreram por aposentadorias, mas por falecimentos.
Alexandre Guedes, por exemplo, passou a ocupar a vaga deixada pelo procurador Benedito Xavier Corbelino, que faleceu em fevereiro deste ano, vítima de problemas cardíacos.
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