O Partido Democrático Trabalhista em Mato Grosso está na eminência de um “racha” por causa de uma luta interna ligada a nomeação para o cargo de delegado regional da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), órgão do Ministério do Trabalho e Emprego. De um lado, os históricos – que se denominam “brizolistas” convictos, seguidos do falecido político Leonel Brizola, fundador da sigla. De outro, os “new-trabalhistas”, que chegaram ao partido junto com o deputado estadual Otaviano Pivetta, mega-empresário rural e já dirigente da sigla no Estado. A situação é tão tensa internamente que os históricos aprovaram pedido de expulsão de Rodrigo Rodrigues, tesoureiro do Diretório Regional, ligado a Pivetta.
O encaminhamento do pedido de expulsão será feito pela Comissão Executiva Municipal de Cuiabá. Liderados por Celso Ubirajara, a proposta de expulsão de Rodrigues foi aprovada por 4 votos a 1. O caso agora será encaminhado ao Conselho de Ética do Diretório Regional do PDT, que vai decidir, inicialmente, se acata ou não o pedido dos brizolistas, liderados por Ubirajara. Detalhe: desde 98 o brizolista estava afastado do PDT, retornando a sigla há um ano. Ubirajara é detentos do slogan “Brizola Vive”.
O fogo cruzado dentro do PDT é implacável. A coisa aflorou e tornou público depois que os históricos sugeriram que a assessoria do deputado estadual Otaviano Pivetta, presidente regional pedetista, atua como “Quinta Coluna”, na agremiação. Sem citar nomes, acusaram “colegas” trabalhistas de serem responsáveis pelos ataques contra o advogado Hugo Furlan, ex-vereador de Jaciara, nomeado pelo ministro Carlos Lupi para a Delegaria Regional do Trabalho (DRT) de Mato Grosso, em articulação apoiada pelo deputado federal Wellington Fagundes (PR). Chegaram a emitir nota do grupo.
Rodrigo Rodrigues, no entanto, respondeu em nome dos acusados. Ele lembrou que o partido estava “apagado” em Mato Grosso. Segundo ele, o deputado Pivetta assumiu em maio a sigla no Estado e existia somente 36 diretórios nos municípios. “Hoje temos 122” – diz. Rodrigues vai mais além e acusa “duas ou três pessoas” que estariam “usando o PDT como meio de vida”. Rodrigo afirma que “militante tem que doar-se e não tirar do partido” e acusou Ubirajara e seu grupo de querem “entregar” o PDT para Wilson Santos no ano que vem.