O movimento do Diretório Nacional contra as prévias no Partido dos Trabalhadores deu em nada. Em Mato Grosso, a exemplo do Rio de Janeiro, a decisão sobre o candidato que a sigla vai indicar ao Senado para a coligação PMDB-PR sairá de uma prévia. No domingo, as duas correntes do partido – a que defende a reeleição de Serys Slhessarenko e a que quer Carlos Abicalil no lugar da senadora – não conseguiram chegar a um entendimento. As prévias vão acontecer no dia 18 de abril, contra a vontade do grupo de Abicalil. Para fugir das prévias, eles tentaram levar a decisão para o Encontro de Delegados.
“Isso não foi uma tentativa de acordo. Era aquela história, um entrava com o pé e outro com a….” – ironizou uma participante do encontro, defensora da candidatura de Serys. Entre os delegados, o grupo de Abicalil leva expressiva vantagem. Contando com aliados de peso, como o secretário de Educação, Saguas Moraes, que quer ser candidato a deputado federal, e do próprio Alexandre César, que busca se efetivar na Assembléia Legislativa – hoje é suplente de Saguas – a ala contabiliza em torno de 150 delegados, contra 100 de outros segmentos partidários – e que estariam apoiando o nome de Serys.
Agora a decisão deverá sair de 23 mil filiados. A prévia no PT é estatutária. O mecanismo é acionado todas as vezes em que o interesse por cargos majoritários parte de dois ou mais candidatos e não há um concenso. Reunido em Brasília, concluiu-se que as prévias neste momento seriam “inoportunas”, como forma de preservar a candidatura da ministra Dilma Rousselff a presidente. Uma comissão foi montada pelo Diretório Nacional com a finalidade de buscar um entendimento em Mato Grosso, Rio de Janeiro e Pernambuco.
Além de resistir a decisão pelo Encontro de Delegados, o grupo que apóia a permanência de Serys conseguiu prorrogar por uma semana a realização das prévias. O grupo de Abicalil propôs a data de 11 de abril. Acabou tendo que ceder para o dia 18, em troca da antecipação da data da Reunião de Tática, o encontro prévio, que define a linha do partido para 2010. Nesse encontro, o PT decide basicamente qual caminho seguirá nas eleições, no caso, a pré-oficialização de ingresso na aliança PMDB-PR e formalização do apoio ao nome de Silval Barbosa ao Governo.