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Gravações da PF detalham negociações para vendas de sentenças em MT

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Investigações da Polícia Federal apontam que filhos de desembargadores atuavam como "corretores" de sentenças no Judiciário mato-grossense junto aos pais. Conforme inquérito ao qual A Gazeta teve acesso, a comercialização ocorria sob intermédio e colaboração de lobistas, como Ivone Reis Ferreira, tida como umas das maiores articuladoras do esquema criminoso, juntamente com a esposa do desembargador aposentado José Tadeu Cury, advogada Célia Cury.

Num depoimento feito de forma espontânea, o proprietário de uma faculdade de Cuiabá, por exemplo, afirma que foi procurado por diversas vezes pelo filho de um desembargador, que hoje está aposentado, que lhe ofereceu a quantia de R$ 100 mil para que o pai pudesse emitir o parecer, enquanto relator do recurso, em benefício do empresário. O filho em questão possui relação próxima a Ivone e Célia, ao ponto de frequentar as residências delas.

As escutas telefônicas mostram a filha de um desembargador conversando com Ivone sobre a viabilização junto ao Judiciário de habeas corpus que seriam negociados com os presos na operação Madona, desencadeada pelo Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em 2008, ao custo de R$ 100 mil cada, com pedido de soltura.

Logo em seguida, aparece Célia, cúmplice de Ivone, dizendo em "código" que os valores pagos pelos serviços seriam entre R$ 50 mil a R$ 100 mil. A advogada de Célia informa que quem vai fazer o serviço de "jardinagem" é um desembargador, cuja filha é quem resolve a questão.

Além da filha de Célia, enteada de Tadeu Cury, o genro da advogada também atuariam. As interceptações mostram que eles tentam conversar em código na tentativa de não deixar provas, mas de vez em quando deixam escapar informações que são traduzidas pela PF.

A maioria dos filhos atuariam, de acordo com as investigações, diretamente e indiretamente no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Porém, a filha de Célia atuaria no gabinete de outro desembargador e, desse modo, usava da influência do cargo para colaborar com a mãe. Interceptações mostram mãe e filha conversando em códigos, segundo a PF, "corriqueiramente utilizado por traficantes de drogas e outros criminosos no intuito de ludibriar a investigação passam números de telefone, placas e coordenadas terrestres em letras".

Houve a citação de pelos menos 3 filhos de desembargadores envolvidos na organização. Para se aproximar de um deles, Ivone usa a sobrinha para intermediar a negociação que diz respeito a um processo que encontra-se sob responsabilidade do pai da mesma e oferece à sobrinha R$ 2,5 mil de "comissão".

O processo, conforme o inquérito, se refere a desvio de dinheiro público.

 

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