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Grandes partidos correm para aprovar novas regras do fundo partidário

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É raro um Projeto de Lei andar tão rápido no Congresso quanto as novas regras para a distribuição do Fundo Partidário aos partidos políticos. Tramitação semelhante teve o projeto que dobra a pena do adulto que recruta crianças ou adolescentes para a formação de quadrilha, uma reação à comoção nacional causada pela morte do menino João Hélio Fernandes. O novo Código Civil, por exemplo, levou mais de 20 anos para ser aprovado.

Mesmo projetos como o pacote de segurança pública, com nove projetos aprovados em meados de 2006 no Senado em resposta aos ataques da facção criminosa PCC, continuam parados na Câmara, na Comissão de Constituição e Justiça, aguardando deliberação para ir à votação no Plenário.

Já o projeto de interesse dos grandes partidos foi elaborado às pressas pelas lideranças das grandes legendas como reação à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reduziu os recursos desses partidos. O projeto foi apresentando no dia 8 de fevereiro e aprovado em regime de urgência pela Câmara dos Deputados na última quinta-feira (15). Foi encaminhado no mesmo dia para apreciação do Senado, onde ainda precisa aprovado para receber, depois, a sanção presidencial.

No Senado, a proposta deve tramitar também em regime de urgência, mas só poderá ser aprovada depois que os senadores votarem as quatro Medidas Provisórias que trancam a pauta de votações. A pressa, entretanto deve aumentar: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já distribuiu os recursos de janeiro para os partidos, obedecendo as regras definidas pelo tribunal. Isso significa que, sem a aprovação da nova regra, os grandes partidos vão ter, a cada mês, menos recursos em seus caixas, enquanto os pequenos terão mais dinheiro.

A determinação do TSE aprovada no início de fevereiro estabelece que 42% dos recursos do fundo serão distribuídos igualmente entre todos os partidos políticos; 29% serão destinados aos partidos na proporção da representação parlamentar; outros 29% irão para os partidos que tenham elegido representantes em duas eleições consecutivas em, no mínimo, cinco estados, obtendo, ainda, 1% dos votos válidos apurados no país.

Antes da decisão do TSE, o dinheiro do fundo partidário era distribuído da seguinte forma: quase 2% dividido igualmente para todos os partidos com registro no TSE e cerca de 98% proporcional aos votos obtidos pelas legendas na última eleição para deputado federal. Pela regra anterior, os partidos que mais recebiam dinheiro do fundo eram PT, PMDB, PSDB, PFL e PP.

O novo projeto, apresentado pelas lideranças do PMDB, PT, PSDB e PFL, já aprovado pelos deputados, estabelece que 5% devem ser distribuídos aos partidos de forma igualitária e 95% distribuídos na proporção dos votos obtidos na última eleição para deputado federal.

A prevalecer essa nova regra, os grandes partidos ficarão com a maior fatia do bolo. Segundo o TSE, os recursos do Fundo Partidário para este ano são de R$ 126,4 milhões.

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