Com ameaça de aquartelamento dos soldados, descontentes com os salários, o governo busca conter os ânimos e evitar que se instale uma crise na segurança pública do Estado e alfinetou os deputados dizendo que espera a aprovação de dois projetos de lei, pela Assembléia. Um trata da fixação do quadro efetivo e reestrutura da carreira de praças especiais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros e outro fixa os subsídio do quadro de oficiais da PM, promovendo o realinhamento da categoria. Os dois estão em tramitação na Assembléia Legislativa desde o dia 6 de março e espera que sejam votados até o próximo dia dia 21, data em que se comemora o dia do patrono da Polícia Militar.
O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito, disse que o projeto que se refere à criação da categoria de praças especiais abre benefícios para aqueles militares que não participaram de cursos internos de promoção, como por exemplo os de ascensão aos postos de cabo ou sargento.
“Além de abrir uma nova perspectiva na carreira para os militares que já tenham 15 anos de ingresso na Polícia, o projeto inicia uma correção na fixação do efetivo”, destacou Brito ao ressaltar que a criação da categoria substitui e reordena a promoção ‘Juruna’ (por tempo de serviço), abrindo possibilidade para que esses praças possam chegar até o posto de subtenente.
Além dos projetos que irão promover benefícios em várias categorias da PM, o secretário de Justiça e Segurança destacou como fundamental na reestruturação da corporação o aumento salarial e de efetivo promovidos pelo Governo do Estado nos últimos quatro anos.
Em 2002, o quadro de soldados na Classe A, em início de carreira, era de 1.116 policiais, que recebiam um salário de R$ 760,00. Hoje, esse valor real é de R$ 1.114,89, com um efetivo de 586 policiais.
Na média, o aumento real nos últimos quatro anos foi de 63,30% para soldados nas quatro classes; de 50,07% a cabos em três classes, e o subsídio para sargentos, que em 2002 era de R$ 1.650,00 passou para atuais R$ 2.385.87, sendo que o efetivo da categoria saltou de 119 para 531 no período.
A classe D, de soldados, foi a que apresentou o maior percentual de aumento. Em 2002, o efetivo de 658 soldados nessa classe recebiam salário de R$ 930,00, e atualmente, esse subsídio é de R$ 1.783,83, ou seja, um aumento de 91,81%.
Brito ressalta também a realização de concursos para o ingresso na PM. Em apenas um ano, entraram cerca de 1.800 soldados, fazendo com que, por exemplo, a classe B de soldados saltasse de 222 policiais em 2002, para atuais 1.454