No 6º Fórum Social Mundial, que será realizado no final do mês, em Caracas, na Venezuela, o representantes do governo brasileiro devem buscar a ampliação dos debates sobre questões ligadas ao combate à fome e à miséria mundial, ao meio ambiente e à reforma agrária. Esses são pontos destacados como ações prioritárias do governo Lula e de interesse dos movimentos sociais, segundo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci.
“Vamos participar deste fórum com o espírito de contribuir para o movimento social e aprender com os participantes”, afirma em entrevista à Radiobrás. A sexta edição do Fórum Social Mundial será policêntrica, ou seja, ocorrerá de forma descentralizada, em diferentes lugares do mundo: África, América do Sul e Ásia. O encontro na África será em Bamako, capital do Mali, entre os dias 19 e 23 de janeiro. Na seqüência, o fórum será em Caracas, de 24 a 29 de janeiro. Já o evento asiático, que será em Karachi, no Paquistão, estava previsto para as mesmas datas de Caracas, mas foi adiado por dois meses.
Na avaliação do ministro, foi justa esta descentralização para tornar o processo mais participativo e democrático. Assim, segundo o ministro, há mais chances de os representantes dos movimentos sociais participarem do encontro. Dulci acrescentou que daqui para frente a idéia da organização da Fórum é adotar os dois modelos.
Em Caracas, por estar na América do Sul, a delegação brasileira estará presente em numero maior. Devem comparecer, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto. Na África, quem vai representar o governo brasileiro será a ministra da Secretaria Especial para Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro. Na Ásia, certamente o governo brasileiro também estará representado, adiantou Luiz Dulci.
O Fórum Social Mundial, realizado anualmente desde 2001, é o principal encontro organizado pela sociedade civil para discutir a luta pela democratização da política e da economia. Ele ocorre sempre em janeiro, na mesma data em que, na Suíça, ocorre o Fórum Econômico Mundial de Davos. Por isso, nos primeiros anos, ele ficou conhecido como anti-Davos.
O Fórum é resultado da articulação de organizações da sociedade civil e movimentos sociais de todo o planeta. Quatro de suas cinco primeiras edições ocorreram no Brasil, em Porto Alegre. Em 2004, o encontro foi realizado em Mumbai, na Índia. Esta foi a única edição que o presidente Lula não compareceu.