O Governo de Mato Grosso apresentou nesta quinta-feira à Corporação Andina de Fomento (CAF) três modalidades de projetos a fim de captar recursos para investimentos de base na economia estadual. Eles abrangem os setores de infra-estrutura rodoviária, meio ambiente e microcrédito para micro e pequenas empresas.
Uma das formas de Mato Grosso obter investimentos será via iniciativa privada e por meio da agência oficial de operações de crédito (MT Fomento). Novas reuniões de estudos e do governador Blairo Maggi com o presidente executivo do banco, Enrique García, vão afunilar etapas para a concessão de fato do desembolso financeiro. Ainda neste mês, o presidente da MT Fomento, Éder de Moraes Dias, deve se reunir com a equipe e o representante da CAF no Brasil, Jose Vicente Maldonado, em Brasília.
O secretário de Projetos Estratégicos, Cloves Vettorato, informou que em maio os técnicos da CAF vão visitar Mato Grosso para analisar detalhadamente os projetos. Uma das formas de internalizar os recursos no Estado, diz, seria por meio das Parcerias Público-Privadas (PPPs). “Estamos animados com a perspectiva de poder concretizar algo de financiamento. Até porque a CAF é um organismo ágil e lidera investimentos na América do Sul”, disse.
A formalização de interesse em linhas de financiamento do organismo foi feita em reunião de Maldonado com o governador Blairo Maggi e depois com os secretários Cloves Vettorato (Projetos Estratégicos), Luiz Antonio Pagot (Infra-estrutura), Yênes Magalhães (Planejamento e Coordenação Geral), Moacir Pires (Meio Ambiente) e técnicos das secretarias. A reunião contou ainda com a participação da executiva do banco, Vera Lucia Visentini.
Segundo o secretário de Planejamento e Coordenação Geral, Yênes Magalhães, as conversas entre o Governo de Mato Grosso e a corporação vão se intensificar ao ponto delas convergirem para prioridades de investimento. De acordo com o secretário, o valor mínimo de financiamento do organismo gira em torno de US$ 5 milhões, ou aproximadamente R$ 13,2 milhões. Outra vantagem do banco de fomento, acrescenta Yênes, é a taxa de juros, de cerca de 4% ao ano, segundo o projeto.
Como é autônoma nas decisões de aplicar dinheiro em projetos, a CAF tem margem maior de flexibilizar taxas de juros, segundo a segurança da proposta de captação e a contrapartida da parte interessada nos projetos. Em geral, o financiamento feito pelo banco requer participação financeira do proponente de cerca de 30%, cita o secretário de Planejamento.
A reunião com a CAF é desdobramento do Seminário Internacional de Infra-estrutura Intermodal realizado pelo Governo no mês passado, em Cuiabá. A CAF é um banco multilateral de apoio financeiro ao desenvolvimento dos países da América do Sul e do Caribe. É composto por 17 países acionistas, cinco dos quais da Comunidade Andina de Nações (CAN) – Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. Além de Argentina, Brasil, Espanha – que se associou ao banco recentemente – Chile, Costa Rica, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, República Dominicana, Trinidad & Tobago e Uruguai.
Em homenagem realizada em Nova York, no mês passado, o presidente do banco, Enrique García, recebeu o Prêmio Homem do Ano 2005, da revista LatinFinance, líder na região em informação financeira e investimentos latino-americanos. O reconhecimento se deve à aprovação recorde de recursos, desembolsos financeiros e capacidade da CAF em buscar dinheiro no mercado internacional para repassar para sua área de atuação.
Em 2003, a revista havia concedido o título de Melhor Banco de Desenvolvimento do Ano à Corporação Andina de Fomento, pelo desempenho e solidez do seu trabalho. A sede da CAF é em Caracas, Venezuela, e o organismo dispõe de escritórios em Brasília, La Paz, Bogotá, Quito e Lima.