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Governo pede CPI dos cartões no Senado; oposição diz que é jogo de cena

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O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), protocolou no final da tarde, na Secretaria-Geral da Mesa do Senado, requerimento para instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar gastos com cartões corporativos e adiantamentos a funcionários do governo (contas do tipo B). De acordo com o senador Renato Casagrande (PSB-ES), além de dar uma resposta política diante das denúncias de irregularidades nesses gastos, o governo coloca-se como autor da proposta de investigação.

– A CPI mista [Senado e Câmara] seria uma CPI da oposição – explicou Casagrande, referindo-se ao requerimento proposto pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Romero Jucá disse que o governo não está pretendendo neutralizar a CPI da oposição. Ao contrário, estaria propondo a investigação em um terreno – o Senado – onde afirma que há maior equilíbrio de forças entre governistas e oposicionistas.

A idéia apresentada pelo líder do governo, que já tem o apoio de 31 senadores, é investigar os gastos com cartões (consumo e saques em dinheiro) e os adiantamentos para posterior prestação de contas durante os últimos dez anos, o que alcança o governo Fernando Henrique Cardoso.

– O governo não tem medo de investigar e o próprio presidente Lula autorizou o requerimento. O governo não ficará refém da oposição – disse Jucá, que falou ainda da necessidade de se analisar o padrão dos gastos nesse período e, eventualmente, criar uma nova regra de utilização dos cartões e adiantamentos.

– Estão querendo fabricar uma enorme pizza. Toda CPI que quer abarcar o mundo com as pernas não chega a lugar nenhum – disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). A despeito das críticas, ele informou ter assinado o requerimento, “por coerência”.
Em nota, distribuída após a sessão de abertura dos trabalhos legislativos, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), classificou a iniciativa do governo de “farsa”. De acordo com a nota, o partido apóia qualquer CPI que apure todos os gastos, inclusive os considerados sigilosos pelo governo, como os de segurança dos familiares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O PSDB não compactuará com nenhuma farsa, com nenhuma tentativa de setores governistas de, pretensamente antecipando-se às oposições, propor CPI para transformar em ‘pizza’ uma investigação sobre o escândalo dos cartões corporativos”, diz a nota. No mesmo documento, Virgílio propõe que a oposição reúna-se na segunda-feira (11) “para unificar as ações e combater e denunciar qualquer tentativa de fraudar as apurações”.

O PSDB anunciou ainda que ingressará no Supremo Tribunal Federal com duas ações: uma para que o governo informe quanto o atual líder da bancada gastou com cartão corporativo ao tempo em que exerceu o cargo de ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, entre novembro de 2001 a abril de 2002, e outra para que sejam abertas todas as despesas efetuadas com cartões corporativos.
Alvaro Dias, por outro lado, vai encaminhar requerimento à Mesa do Senado exigindo o cumprimento de um requerimento de informações ao Executivo sobre os gastos

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