O Palácio do Planalto definiu, hoje, que os vice-líderes do Governo no Senado, Telmário Mota (PDT-RR), Wellington Fagundes (PR-MT), Paulo Rocha (PT-PA) e Hélio José (PSD-DF) vão dividir as funções de articulação que estavam sendo feitas pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso ontem pela manhã. Wellington, que é 'novato' no Senado, não participou da sessão de ontem quando 52 senadores votaram para que Delcídio continue preso e, 13, para que fosse solto. Telmário e Rocha foram contrários a prisão e, Helio, favorável.
É provável que o Senado retome, na próxima semana, as sessões. O governo deve convocar os vice-líderes, nos próximos dias, para definir a estratégia de atuação. A Folha de São Paulo informa que, "aconselhada por seu núcleo político mais próximo, a presidente Dilma Rousseff decidiu que o governo não deve atacar nem isolar completamente" e "o governo teme que Delcídio use, nas palavras de um ministro, 'até mesmo de mentiras"' para atacar diretamente o Palácio do Planalto e, por isso, a ordem é ter cautela.
Delcidio foi preso após o Ministério Público Federal e o STF obterem gravações de uma conversa, feita pelo filho de Nestor Cerveró (ex-diretor da Petrobras, preso na Lava Jato), onde era articulado plano de fuga, que seria de avião, do Paraguai até a Espanha, pagamento de R$ 4 milhões e R$ 50 mil mensais para família de Cerveró. Em troca, o ex-diretor não incluiria Delcidio nas suas denúncias na delação premiada. Delcidio Amaral é ex-diretor da Petrobras. O senador chegou a dizer que conversou com ministros do STF sugerindo que Cerveró seria solto. O banqueiro Andre Esteves também foi preso, suspeito de envolvimento na trama. O ex-adverso de Cerveró, Edson Ribeiro está nos Estados Unidos e seu nome foi inserido na lista da Interpol.