Mato Grosso terá, ano que vem, mais policiais federais para reforçar o combate ao crime organizado na fronteira. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou, esta tarde, em Brasília, a contratação 2.800 policiais federais e rodoviários (1.500 PRFs e 1.300 PFs) que vão trabalhar em 11 Estados que fazem fronteira com 10 países da América do Sul – Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Ainda não está defindo o efetivo para Mato Grosso. O governador Silval Barbosa foi o porta-voz dos 11 estados que fazem fronteira com outros países e reiterou o pedido de reforço da segurança. Ao todo, 750 municípios brasileiros estão nessa faixa.
Silval defendeu a integração dos sistemas de inteligência e pediu que o ministro de Relações Exteriores, Gonzaga Patriota, intervenha junto ao governo da Bolívia para reverter a decisão presidencial de legalizar carros roubados. Destacou ainda que o trabalho do Gefron, em Mato Grosso, é importante, mas não é suficiente no combate ao tráfico, por isso a necessidade de parceria com o Governo Federal. "Só com as forças estaduais não é possível combater o crime organizado. Necessitamos de mais efetivo federal na região".
O ministro Eduardo Cardozo destacou as ações que Mato Grosso vem realizando na região fronteiriça com a Bolívia, em especial as operações, como Ágata e Gênesis. Ressaltou ainda que maior conquista é a integração das polícias – Federal, Rodoviária Federal, Civil, Militar e a Força Nacional.
O anúncio do ministério vai ao encontro do pedido feito pelo governador de Mato Grosso ao vice-presidente da República, Michel Temer, durante a visita dele a Cáceres, para a solenidade de assinatura do decreto de instalação do Gabinete de Gestão Integrada (GGI-F). No evento, Silval reforçou ainda a importância da presença permanente da Forças Armadas na fronteira.
Em Brasília, o governador do Estado elogiou as ações da presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer, que vem dedicando um olhar especial sobre a questão da fronteira. O chefe do Executivo estadual frisou também o apoio do Governo Federal na liberação recursos para a aquisição de equipamentos, bem como a decisão da União de investir R$ 4 bilhões em ações para enfrentar o crack no País e R$ 1,1 bi na ampliação do sistema prisional brasileiro, com mais 60 mil vagas para detentos até 2014.