Pelo menos por enquanto o governo do Estado não tem interesse em manter a previsão de 2,5% da receita corrente líquida (RCL) para o orçamento da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), que elevou para quase R$ 170 milhões os recursos previstos para 2011 e que seguindo as estimativas de crescimento da receita anualmente elevariam para mais de R$ 200 milhões as receitas da entidade de ensino superior. Após mais de duas horas e meia de reunião no gabinete do governador Silval Barbosa (PMDB) chegou-se a uma proposta máxima de R$ 150 milhões.
Acompanhados pelo deputado José Domingos Fraga (DEM) e José Riva (PP), o reitor da Unemat, Adriano Silva, e vários diretores saíram da reunião com a expectativa de que o Estado poderia reapresentar proposta para o segundo semestre de 2011 que contemplasse as necessidades represadas da Unemat e mais os investimentos para a ampliação e crescimento da entidade. Comentários de alguns diretores após a reunião resumiram a situação encontrada que é de dificuldade e de fazer com que o chefe do Executivo compreendesse as dificuldades financeiras da entidade.
"Acredito no bom senso do governador em melhorar um pouco, ou até mesmo manter o valor estimado na Lei Orçamentária Anual (LOA/2011) sem os efeitos da emenda constitucional invalidada em julgamento do Tribunal de Justiça atendendo a uma ação do Ministério Público Estadual", disse José Riva, autor da emenda constitucional que elevou para 2,5% da RCL os recursos da Unemat, mas que acabou sendo barrado na Justiça. O reitor da instituição que assumiu recentemente lembrou que a falta de investimentos nos últimos quatro anos representou muitas ações que agora precisam ser deslanchadas sob pena de tornar a instituição atrasada. "Não há como cortar despesas a não ser fechando cursos e isto seria um retrocesso enorme para Mato Grosso", disse Adriano Silva, frisando que se conseguir manter R$ 170 milhões "a situação será menos ruim".