Após semanas de negociações que envolveram diversos partidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu anunciar nesta terça-feira que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) será o novo titular da Previdência, substituindo o também senador e peemedebista Amir Lando (RO).
Outra decisão: o deputado federal Paulo Bernardo (PT-PR) substituirá o interino Nelson Machado no Planejamento. A posse dos novos ministros acontecerá às 16h e a transmissão de cargo, às 17h.
Os novos ministros Romero Jucá e Paulo Bernardo
O novo líder do governo na Câmara será o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), que substituirá o também parlamentar Professor Luizinho (PT-SP).
Na próxima segunda-feira, Lula fará uma reunião, às 10h, com o ministério para pedir que todos voltem a trabalhar normalmente após semanas de indefinição a respeito de alterações no primeiro escalão.
Lula afirmou a interlocutores que faria apenas essas trocas e que suspenderia a discussão sobre a reforma devido ao “efeito Severino”.
Com a definição na pasta da Previdência, o governo deve anunciar em breve um pacote para combater as fraudes no órgão.
Ultimato
O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), disse ontem, em discurso na Assembléia Legislativa do Paraná, que a permanência do PP na base de sustentação do governo estava condicionada à nomeação do deputado federal Ciro Nogueira (PI) para o Ministério das Comunicações. Nogueira o acompanhou na viagem.
“Está na mesa o deputado Ciro Nogueira, que hoje será sacramentado pelo presidente da República, porque, se o presidente não assinar a indicação do Ciro, amanhã o PP poderá ser o aliado do PFL. Ou teremos um ministro, ou tomaremos uma posição diferente.”
Ele tratou de apressar o retorno a Brasília porque, segundo disse, tinha sido chamado para uma reunião com o presidente Lula e discutir a indicação.
Durante a reunião, Severino se retratou. Lula, entretanto, começou a avaliar a possibilidade de deixar o PP de fora do ministério.
Outras trocas
Até o ultimato do presidente da Câmara, o desenho final da reforma tendia a ser o seguinte: Ciro Gomes (Integração Nacional) no Ministério da Saúde, no lugar de Humberto Costa (PT-PE); a senadora Roseana Sarney (PFL-MA) na Coordenação Política; e Ciro Nogueira na Integração Nacional.
O atual ministro Eunício Oliveira ficaria nas Comunicações, contemplando desejo de parte da ala oposicionista do PMDB com a qual o governo reabriu canais. Para a Coordenação Política, estava cotado ainda o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP).