Ainda sem uma solução para a continuidade das obras de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande, o governo do Estado perdeu a oportunidade de vender para a Prefeitura de Petrolina, no interior de Pernambuco, os vagões que, há cerca de dois anos, estão parados, aguardando a conclusão da parte física do empreendimento.
De acordo com o secretário de Estado de Cidades, Eduardo Chiletto, a proposta era de que o governo repassasse os trens à Prefeitura Petrolina, que tem expectativa de terminar suas obras em breve, e aguardasse a confecção de novos vagões, bancados pelo município pernambucano, e que seriam entregues em Mato Grosso a partir de 2018, quando espera-se que o VLT de Cuiabá possa ser concluído.
“Mas eu não posso fazer essa transação, porque não recebemos a obra para dizer que ela é nossa. A responsabilidade ainda é do Consórcio. Só com a rescisão geral do contrato, se disséssemos que não vamos mais fazer obra nenhuma, é que o Estado poderia dar alguma destinação aos vagões”, explica o secretário, pontuando que sequer chegou a tratar de valores com a Prefeitura de Petrolina.
A rescisão do contrato com o Consórcio VLT, por sua vez, ainda não é cogitada, segundo Chiletto. O secretário ressalta já haver argumentos suficientes para que o governo adote essa medida a qualquer momento, mas afirma que o objetivo, ao menos por enquanto, é de aguardar o desfecho da ação que tramita na Justiça Federal e que deve definir quem tem razão quanto ao custo final da obra: o Estado, que não quer desembolsar mais do que o já contratado, ou o Consórcio construtor, que cobra aditivos devido ao atraso da obra.
A retomada do empreendimento, aliás, foi tema da reunião da Comissão de Infraestrutura Urbana e de Transportes da Assembleia Legislativa desta segunda-feira (19), na qual Chiletto compareceu para apresentar a versão do governo acerca do caso. Os deputados membros ouviram em setembro os representantes do Consórcio VLT.
Na oportunidade, o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) questionou a necessidade de o governo contratar uma empresa de consultoria, ao custo de R$ 3,8 milhões, que apresente um estudo sobre a situação da obra, entre outras questões envolvendo a implantação do VLT. O deputado acabou, todavia, se dizendo satisfeito com as explicações do secretário, embora ainda acredite faltar “vontade política” para tocar a obra.