O governo do Estado de Mato Grosso classificou o editorial do “New York Times” como uma “reação” a uma reportagem publicada no último domingo pela revista “Istoé Dinheiro”. Nela, o governador Blairo Maggi responsabiliza interesses comerciais estrangeiros pela pressão da imprensa internacional sobre o Brasil na questão do desmatamento.
“A produtividade do Brasil incomoda os americanos”, disse à Folha o secretário de Comunicação do governo mato-grossense, José Carlos Dias. Qualificando as florestas de transição como “savanas”, Dias afirmou que a legislação ambiental em Mato Grosso é cumprida. Reafirmou também declarações anteriores de Maggi de que a Fema, órgão estadual de ambiente, tem multado produtores rurais que desmataram ilegalmente.
Segundo Dias, duas coisas podem ser apontadas como problemas para o governo estadual na área ambiental. Uma delas é a falta de “definição” na legislação federal. A Lei nº 2166, que estabelece o Código Florestal Brasileiro, ainda não foi aprovada no Congresso, e o código é regulamentado por Medida Provisória. “Isso cria incerteza para o fazendeiro.”
Outro problema é que o Ibama, responsável por fiscalizar propriedades rurais com menos de 300 hectares, não tem infra-estrutura. “O governador Blairo Maggi se dispõe até a uma moratória, se for o caso. Mas precisa haver definição. A lei precisa ser aprovada.”