Mal chegou ao Governo, o secretário de Desenvolvimento Rural, o produtor rural Gilberto Goelnner, já pediu demissão do cargo. Motivo: falta de total estrutura existente na Secretaria. Justamente a secretaria da qual mais se esperava do governador por ter origem no campo. “O secretário precisou de um carro oficial para sair e não tinha” – revelou uma alta fonte do Palácio Paiaguás. Imediatamente, Goelnner telefonou para o governador e comunicou sua saída. Maggi, porém, resistiu e agora pela manhã tenta contornar a exposição negativa para o seu Governo.
Goelnner já se mostrava desanimado com o Orçamento da Seder. Com apenas R$ 8,9 milhões, o secretário chegou a confidenciar a vários assessores que era impossível desenvolver ações efetivas voltadas ao desenvolvimento do agronegócio – principal base de sustentação da economia de Mato Grosso. Os dois órgãos ligados à secretaria, a Empresa de Pesquisa e Assistência Técnica Rural (Empaer) e o Instituo de Defesa Agropecuária (Indea), juntos, têm mais de R$ 60 milhões.
Para permanecer no cargo, Goelnner quer que o governador Blairo Maggi revise o Orçamento de sua pasta. E também que dê a devida estrutura de trabalho. “Ele não quer ser um mero figurante” – ponderou um interlocutor próximo, ao destacar os planos que o secretário trazia para tornar mais efetiva as ações em favor do agronegócio e ainda o desenvolvimento para pequenos agricultores.
A indicação de Goelnner para o cargo foi de caráter pessoal do governador. O assunto chegou a causar polêmica e um certo afastamento do PFL do Governo. Políticos liberais não aceitaram a indicação como cota partidária. A primeira queixa do secretário contra a falta de estrutura da secretaria, no entanto, ocorreu dentro do PFL. Caso se confirme que deixará a pasta, o governador Blairo Maggi deverá recorrer, novamente, a solução caseira, colocando no cargo o secretário de Assuntos Estratégicos, Clóves Vetoratto – que ocupou a Seder por vários meses, sem reclamar.