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Governador teme internacionalização da amazônia

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O governador do Amazonas, Eduardo Braga, admitiu ontem em palestra na XIX Conferência da Unale, realizada na Bahia, que o país hoje não possui mecanismos de defesa para evitar que grandes extensões de áreas da Amazônia acabem nas mãos de estrangeiros. “Confesso que não teria como dimensionar quantas áreas do meu Estado, que possui mais de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, estão sendo compradas por grupos estrangeiros. Sei, porém, que estas compras estão acontecendo”, informou o governador, que defende o estabelecimento de mecanismos que possam detectar como e para quem estão indo grandes extensões de áreas do país.

Eduardo Braga tem realizado no Amazonas uma administração considerada “modelo” em termos ambientais. Tem se notabilizado por defender o chamado desenvolvimento sustentável, em que se preserva áreas ambientais e se estimula o turismo e atividades econômicas consideradas ecologicamente corretas, como o cultivo de produtos nativos (açaí, castanha, mel etc) e o manejo de outros, como a madeira.

Braga informou durante da Unale que chegará ao final deste ano com um total de 29 unidades de conservação no estado do Amazonas, atingindo 14,5 milhões de hectares preservados. O governador entende que a preservação destas unidades é estratégica.
“A Arábia Saudita responde por 24,3% do petróleo mundial e é respeitada no mundo inteiro. O Brasil responde por 26,6% de todas as florestas do mundo. Para o petróleo existem alternativas de substituição, mas e para a água? Já inventaram alguma coisa que substitua a água?”, questiona o governador Amazonense. Para ele, esta situação estratégica da Amazônia tem que resultar em dividendos práticos para a população desta região do país.
“Temos milhares de brasileiros vivendo em situação de miséria nestas áreas, apesar dos trabalhos de renda alternativa que implementamos. Precisamos olhar isso de frente”, alertou o governador.

Mato Grosso participa dos debates da Conferência da Unale com as presenças dos deputados estaduais Humberto Bosaipo (PFL), Gilmar Fabris (PFL), Chico Daltro (PP), Sérgio Ricardo (PPS) e Hermínio J. Barreto (PL).

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