O governo não definiu a situação do secretário-chefe da Casa Militar, coronel Airton Benedito de Siqueira Júnior. Ele chegou de viagem, ontem, e hoje terá uma reunião com o chefe da Casa Civil, Paulo Taques, e o governador Pedro Taques (PSDB). O militar foi citado em um relatório da Controladoria Geral do Estado (CGE), que aponta uma série de irregularidades na aquisição de uma aeronave, em 2014, quando Siqueira comandava o Ciopaer. Por conta das falhas no procedimento, foi aberto Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra sete pessoas e duas empresas. Conforme os auditores que fizeram a análise da aquisição, há indícios de superfaturamento.
Siqueira participou das comemorações dos 50 anos da criação das Casas Civil e Militar. Ele explicou que chegou de uma missão internacional horas antes do evento e não teve tempo de tomar conhecimento do relatório. “Eu comandei o Ciopaer por três anos, passou nas minhas mãos diversos processos, sem nenhum problema. Vou me inteirar da situação toda, prestar o primeiro esclarecimento para o governador, para as autoridades, e assim que souber do que se trata prestar todos os esclarecimentos”.
O militar destacou que quando se fala da aquisição de equipamentos aeronáuticos, como a compra da aeronave empregada na fronteira, se trata de uma operação complexa e há grande disparidade de preços. “O representante inclui uma série de custos e até mesmo a tecnologia incluída. O que fez a aquisição avançar à época foi justamente o diferencial que esta máquina apresentava”. Siqueira pontuou que pretende se encontrar com o governador “o mais breve possível”. “Minha carreira foi conduzida com lisura e segue sendo dessa forma. Este é um processo normal que precisa ser esclarecido”. Por fim, o secretário disse não temer ser exonerado. “Quem define minha permanência ou saída é o governador. Como ele é uma pessoa extremamente justa ele vai analisar profundamente tudo o que está acontecendo”.
A mesma linha adotada por Siqueira foi seguida por Paulo Taques. “Não tivemos tempo sequer de falar com ele, nem eu e nem o governador. Nesta sexta vamos começar a fazer isso, vamos ouvi-lo e saber o que ele tem a dizer para esclarecer tudo. Antes disso, nenhuma medida será tomada”.
Já o governador, por conta de uma viagem para Goiânia, onde participa de um encontro do Fórum Brasil Central, saiu do evento sem atender a imprensa.