O governador Mauro Mendes (DEM) confirmou, hoje, que irá a Brasília (DF), nesta terça-feira, onde terá uma reunião com representantes da União Química, farmacêutica que detém acordo para produção, no Brasil, da vacina russa contra o coronavírus, a Sputnik V. Ao lado de outros governadores, Mauro tenta viabilizar a compra do imunizante de forma direta. Segundo ele, a intenção é adquirir 1,5 milhão de doses para Mato Grosso.
“Se encontrar, Mato Grosso tem dinheiro para comprar. O problema é encontrar quem queira vender. Estamos tentando. Amanhã, tenho reunião com a União Química. Eu e mais uns 15, 20 governadores. Estamos tentando fechar um grande pacote com a Sputnik. Eu já consegui comprar vacina para setembro, mas não adianta. Queremos para agora, março, abril”, afirmou Mendes, em entrevista coletiva.
Segundo o governador, Mato Grosso pretende pagar cerca de R$ 80 milhões pelo total de doses. “Todas as alternativas que tivemos, até agora, nós fomos atrás. Mas, nem eu, nem outro governador, até mesmo por consórcio de governadores, pagando à vista, antecipado, não conseguimos comprar. Nesse momento, o pleito que está em curso é de 1,5 milhão de doses. Estamos tentando fechar um pacote de compras. Vai estar lá o embaixador da Rússia, o representante da União, para tentarmos, além daquilo que estão negociando com o governo federal, um pacote maior e mais rápido que possa ser comprado por todos os Estados igualmente”, afirmou.
Além de Mauro, diversos governadores já confirmaram presença na reunião. O laboratório União Química já entrou com pedido de uso emergencial da Sputnik V, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para 10 milhões de doses. O laboratório havia anunciado que a vacina vai ser produzida nas fábricas de Guarulhos, em São Paulo, e em Brasília. A Sputnik tem eficácia comprovada acima dos 90% contra o novo coronavírus na última etapa de testes.
Na semana passada, o Supremo decidiu que estados e municípios podem comprar e fornecer vacinas à população, caso as doses previstas pelo Ministério da Saúde, por meio do Plano Nacional de Vacinação, sejam consideradas insuficientes. A decisão leva em conta as vacinas aprovadas, por pelo menos uma agência reguladora estrangeira. Com isso, não é necessária a autorização da Anvisa para uso emergencial, se não fizer a liberação em até 72 horas.
No Congresso, o projeto de lei que autoriza estados, municípios e o setor privado a comprarem vacinas contra covid-19 foi aprovado pelo Senado, na última semana e agora segue para a Câmara.