O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), disse que Mato Grosso precisa “cortar na carne” e adotar medidas duras a fim de preservar sua saúde financeira. Os ‘conselhos’ do tucano foram direcionados ao colega de sigla, Pedro Taques, ontem à tarde, na praça da República – região central de Cuiabá. Perillo argumentou que a crise econômica e política dos últimos dois anos são as mais graves já enfrentadas pelo país e pregou cautela nos gastos públicos e controle da folha de pagamento do funcionalismo.
O gestor goiano disse que a crise é resultado de políticas “malfadadas” do Partido dos Trabalhadores. “Vivemos a pior crise do país nesses últimos dois anos e isso é fruto de políticas mal elaboradas feitas pelo PT, na qual aconteceram equívocos sérios”.
Questionado sobre as alternativas para sair ou enfrentar a crise, o governador disse que tanto o gestor mato-grossense quanto o presidente da República, precisa ter criatividade. “Estamos enfrentando essa crise com ousadia, criatividade, muitos cortes e ajustes seríssimos em todos os nossos estados. Goiás no ano passado cortou R$ 3 bilhões. Esse ano estamos cortando na carne. Mas o fato é: se o Brasil não tomar algumas medidas, como a aprovação do teto de gastos, a reforma da previdência e outras reformas, muitos estados vão entrar em colapso. Não por terem desfeito seu ‘dever de casa’, mas porque a situação vai se agravando a cada dia”.
Marconi reiterou que o controle da folha de pagamento dos servidores é essencial para que os estados superem as dificuldades. “Hoje as receitas estaduais servem basicamente para pagar salários e não podemos ficar com o foco nisso. Precisamos tratar bem os servidores, mas também todos os demais cidadãos do estado. Goiás tem 6 milhões de habitantes e nós precisamos de políticas públicas para todo esse contingente, enfim tanto a União, os Estados e os Municípios precisam ter dinheiro para investir em melhorias na vida de suas populações”.
O governador também falou sobre medidas de cooperação entre os estados e sobre a busca de recursos junto à União. “Quase todos os dias estamos em Brasília para pedir, cobrar e solicitar aportes financeiros. Os repasses do Governo Federal reduziram bastante nesses dois anos. Felizmente em Goiás e em Mato Grosso as receitas com o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) não caíram. Mas nós precisamos fechar acordos entre os estados do Centro-Norte para baratearmos nossas transações comerciais”.
Marconi Perillo participou de uma caminhada em apoio à candidatura de Wilson Santos. O evento também contou com a participação do senador Cristovam Buarque (PPS) e de lideranças regionais do tucanato.