O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM) assinou, há pouco, com a RUMO, o contrato para construção da ferrovia estadual ligando o Sul ao Norte e apontou que o licenciamento ambiental deve ser concluído em seis meses. Em seguida, a empresa tem mais seis para iniciar as obras, com isso, a previsão é que inicie no segundo semestre de 2022. O projeto prevê investimento de R$ 11,2 bilhões para construir os trilhos, os terminais e trilhos.
A RUMO prevê concluir as obras do terminal de cargas em Cuiabá em 2025, em Nova Mutum em 2027, e em Lucas do Rio Verde em 2028. A empresa fará a construção, implantação e exploração de 730 quilômetros da ferrovia, Cuiabá, no Centro de Eventos do Pantanal.
Estudos da empresa indicam que mais de 230 mil empregos serão gerados durante os anos de construção da ferrovia. “Serão 230 mil empregos direta e indiretamente, em todas as atividades”. “ Os recursos (de investimento) são 100% privados”, destacou Mauro, ressaltando que a empresa poderá explorar a ferrovia por 45 anos, podendo renovar.
O governador participou da solenidade de assinatura de contrato, esta manhã, no Palácio Paiaguás, com senadores, deputados, prefeitos e dirigentes de entidades, e afirmou que o governo fiscalizará o cronograma das obras, garantindo que todos os pontos contratuais, inclusive período de execução, sejam seguidos e respeitados pela empresa. “Seguiremos rigorosamente o que está previsto em contrato, jamais ir além, muito menos negligenciar”, acrescentou. O governador não descartou que futuramente a ferrovia possa ter extensão para outras cidades. No momento, foi definido este traçado visando também a viabilidade econômica de investimento. “Houve estudos que mostraram nesse primeiro momento esse traçado tem viabilidade econômica”. “Nada impede que após a implantação poderemos adentrar em outros lugares”.
Mauro acrescentou que “Mato Grosso é o único que pode dobrar sua produção” para fornecer alimentos para diversos países. “Chegaremos ao final desta década com 120 milhões de toneladas (de grãos) e haverá espaço para outros modais” para transporte, referindo-se a futuras ferrovias e a continuidade das atividades de carreteiros e caminhoneiros. O governador enalteceu a RUMO por estar fazendo um dos maiores investimentos no país. “É a ferrovia da indústria, do comércio, que nos ligará aos principais portos”. “Ela vai além de transportar produtos, vai fortalecer nossas indústrias”, acrescentando que a Ferrovia Estadual vai atrair centenas de novos investimentos da iniciativa privada.
O secretário-executivo do ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, reforçou que ferrovia é o modelo de transportes do presente e do futuro, e por isso, o governo Federal tem trabalhado para fortalecer esse setor. Ele ainda disse ver o ‘nascimento’ deste trecho com ‘entusiasmo’. “Temos arduamente trabalhado para expandir infraestrutura, e que quanto mais infraestrutura, melhor. Se tiver iniciativa do Estado, melhor ainda”. “Ferrovia trás prosperidade, desenvolvimento, diminui os custos, e temos mais eficiência”.
Já o presidente da RUMO, João Alberto Fernandez de Abreu, apontou que a ferrovia será totalmente sustentável. Na parte ambiental, garantiu que os estudos iniciaram há cerca de dois anos, inicialmente junto ao Ibama, e diversos traçados foram considerados antes da definição final. “Foram feitos diversos para garantir que não chegasse em área de proteção ambiental, nem em área indígena”.
Alberto ainda elogiou a gestão de Mauro Mendes na parte fiscal, e outras, ponderando que hoje o Estado é referência, e a maneira que a administração tem conduzido os trabalhos dá tranquilidade e conforto para que a iniciativa privada tome os riscos e faça grandes investimentos. “Vamos construir uma ferrovia que vai ser referência, concluir no prazo”. “Algo no ponto de vista tecnológico que possa ser referência não só para o Brasil, mas para o resto do mundo”, disse. O presidente também lembrou que os investimentos que vão surgir a partir da ferrovia são imensuráveis neste momento, em fábricas e outras questão neste sentido. “Uma quantidade de investimentos que tenho certeza que vamos nos surpreender nos próximos anos”, acrescentou.
O senador Jayme Campos, em seu discurso, disse que hoje “é um momento de transformação não só da economia mas na questão social e fomentando renda para os mato-grossenses”. Ele lembrou o trabalho político junto a esfera governamentais para viabilizar a continuidade da concessão da malha ferroviária paulista para o novo passo ser dado com a expansão da ferrovia para Cuiabá e o Nortão. O senador reconheceu o trabalho do governador Mauro Mendes para viabilizar a ferrovia. “O governador é inteligente, preparado conseguiu articular, através de sua procuradoria e secretaria de Infraestrutura, fez uma força tarefa até ajudando inicialmente com uma PEC (para viabilizar o chamamento público) para permitir que o Mato Grosso pudesse fazer esse chamamento para a ferrovia. “É a transformação da nossa produção. 66% da nossa soja são exportadas. Temos que industrializá-la aqui em Mato Grosso”. “Mauro tá sendo muito feliz e, às vezes, é mal interpretado. O resultado está aí, com obras e investimentos no setor rodoviário, na saúde, segurança”, afirmou.
O senador Wellington Fagundes enfatizou que a RUMO é a detentora da maior malha viária do Brasil e da América Latina, e isso dá confiança que a obra será iniciada e concluída. “Isso vai representar um grande avanço e uma nova época em Mato Grosso”, disse, descartando que o modelo ferroviário inviabilizará o transporte rodoviário, principalmente na região Norte.
Depois da solenidade em Cuiabá, o governador segue a Nova Mutum para assinar, às 15h, no Centro de Eventos Casarin e, no município de Lucas do Rio Verde, à 18h, no Parque de Exposições Roberto Munaretto.
A ferrovia interligará os municípios de Rondonópolis a Cuiabá, com Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, conectando-se à malha ferroviária nacional, em direção ao Porto de Santos (SP).
A ferrovia foi ‘batizada’ como FATO – Ferrovia Autorizada Olacyr de Moraes, levando nome do produtor, industrial pioneiro na produção de soja em Mato Grosso e foi considerado o rei da soja. Ele faleceu em 2015.
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