O governador Mauro Mendes (DEM) e outros 11 governadores dos consórcios do Nordeste e da Amazônia Legal se reuniram, hoje, com diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O objetivo da reunião virtual foi tratar da liberação de entrada das 37 milhões de doses da vacina russa Sputnik V adquiridas pelos Estados.
Apenas Mato Grosso comprou 1,2 milhão de doses, o que deve ser suficiente para vacinar mais de 600 mil pessoas. No entanto, a falta de autorização da Anvisa para uso emergencial do imunizante impede que as doses cheguem aos Estados. “Eu comprei porque vi na mídia internacional. Tem quase 50 países usando. Então, precisamos disso. Então, por favor, nos ajude, compramos, temos dinheiro para pagar. Precisamos disso para salvar vidas no nosso país”, afirmou Mauro Mendes, aos diretores do órgão regulador.
O governador de Mato Grosso ainda se colocou à disposição da Anvisa para ajudar a conseguir sanar as pendências que faltam para a liberação da vacina. “Pedimos autorização da Anvisa. Por favor, nos ajudem. Por favor, o que precisamos fazer? Por favor, se falta alguma coisa, diga o que fazer e nos ajude a fazer. Precisamos saber objetivamente o que precisamos fazer para colocar mais essas doses aqui no país. O que precisamos fazer para garantir essas 37 milhões de doses que foram compradas pelos governadores”, clamou.
Conforme Só Notícias já informou, Mato Grosso assinou contrato para aquisição de 1,2 milhões de doses da Sputnik V, cuja previsão de chegada do primeiro lote é a partir do próximo dia 24. Hoje o governador explicou que ainda não há uma definição do governo federal se a compra poderá ser utilizada pelos Estados ou se todas as doses serão integradas ao Programa Nacional de Imunização (PNI).
O combinado com o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, era que o consórcio poderia negociar a compra e o governo federal definiria, posteriormente, se requisitaria as vacinas para distribuí-las em todo Brasil com o compromisso de ressarcir os Estados. Agora, com a troca de Pazuello por Marcelo Queiroga, não há uma definição.
“Podemos até pagar [pelas vacinas] se o governo federal fizer o compromisso de ressarcir. Não tem problema, temos o dinheiro para isso, temos R$ 100 milhões guardados e reservados para comprar vacina, basta encontrarmos, e encontramos esta oportunidade”, explicou em entrevista à rádio CBN, em Cuiabá.
Mesmo com a indefinição, o governador informou que a empresa que fabrica a vacina mantém o compromisso de honrar o contrato entregando as vacinas em quatro parcelas. “Segundo a empresa, agora no final do mês de abril já teria o primeiro lote. Seriam em abril, maio, junho e julho. Nestes quatro meses chegariam ao Brasil mais 37 milhões de doses que seriam usadas para imunizar, ou todos os brasileiros se o governo federal pagar, ou nestes estados que compraram e Mato Grosso comprou 1,2 milhões de doses”, concluiu Mauro.