Atento para os reflexos políticos do anunciado "bloco independente" na Assembleia Legislativa, o governador Silval Barbosa (PMDB) antecipa articulações para reduzir o impacto sobre o Palácio Paiaguás e sobre os planos para as eleições de 2014. Na terça-feira, Silval foi enfático ao afirmar que "entende a posição dos deputados, mas que espera compreensão dos mesmos sobre questões de ordem orçamentária que precisam ser seguidas à risca".
Para assegurar um campo de diálogo, o governador disse que "está dando atenção para os pleitos do Parlamento Estadual e tudo o que lhe for levado pelos deputados será reavaliado e, se possível, atendido". E emendou: "tem de haver sintonia entre os Poderes. Tem que ver se há insatisfação e se for esse o caso, estou à disposição para analisar".
O bloco independente, destacado pelo líder do PSD na Assembleia Legislativa, deputado Walter Rabello, contaria inicialmente com respaldo de dez deputados. Esse grupo foi debatido durante as eleições de 2012, e agora, tende a ser consolidado. No período, seriam vias para compor o bloco deputados como Guilherme Maluf (PSDB), Zeca Viana (PDT) e Luciane Bezerra (PSB). No momento, a sinalização é de aumento do conjunto, com possível integração da bancada do PP, através dos deputados Ezequiel Fonseca e Antônio Azambuja. Se somada a bancada do PSD, com seis cadeiras, o fortalecimento dessa proposta é dado como certo.
Existem descontentamentos no Parlamento, acrescidos de reclamações de municípios do interior. Esse quadro se agrava em razão do desempenho de secretarias de Estado, engessadas pelo fraco desenvolvimento econômico do caixa público. São ingredientes que reforçam a análise dos deputados sobre a integração ao bloco independente.
Silval foi categórico ao pedir aos deputados que mantenham "cautela" em relação aos encaminhamentos. O governador vive uma saia-justa e reconhece as dificuldades para atender os anseios dos parlamentares. "Eu entendo que todos perseguem uma meta maior que é o benefício da população. Os deputados esperam respostas imediatas, e estamos trabalhando para isso. Mas nem tudo é como gostaríamos que fosse. Existem regras e temos que cumprir. Sempre estive aberto ao diálogo, e nesse sentido só posso esperar que os parlamentares busquem o entendimento com o governo do Estado", assinalou.