O governador Mauro Mendes decidiu, hoje, ajustar o decreto 522, autorizando que as empresas e indústrias no Estado, de produtos e serviços não essenciais, funcionem com até 70% de sua capacidade. Com isso, milhares delas que estão fechadas em Cuiabá e Várzea Grande, há mais de 20 dias, devido ao lockdown prorrogado ontem à noite pela justiça por mais 14 dias, podem retomar suas atividades.
O decreto 522 serviu de base para o Ministério Público pedir restrições de funcionamento de empresas para evitar aglomerações e só autorizar funcionamento das consideradas essenciais (57 segmentos) onde há grande incidência da doença e o judiciário atendeu parte dos pleitos.
“Dialogamos com o MP, Judiciário, setor produtivo, Assembleia Legislativa, alguns prefeitos e depois de ouvir tantas pessoas chegamos ao consenso que precisaríamos fazer ajustes no decreto 522, de junho”, quanto ao fato de grande número de empresas fechadas, aumento de desemprego e outros impactos negativos. “Não mudam os critérios de classificação de risco. Muda o que pode ficar fechado na classificação nos municípios com risco muito alto e alto” para transmissão da doença. Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo, saíram do muito alto e caíram para o alto. “Quando se atingir risco muito alto, as atividades não essenciais poderão funcionar com até 70% de sua ocupação nominal”, o que abrange lojas, shopping, restringindo a taxa de ocupação nestes locais que terão que reduzir a capacidade de pessoas internamente.
O governador afirmou que o ajuste no decreto é vinculativo às prefeituras a esta decisão. Mauro decidiu manter proibidos em todo o Estado shows, festas, competições esportivas e outros eventos que tenham aglomerações de pessoas. “Os municípios poderão adotar medidas mais restritivas do que as contidas neste decreto, desde que justificadas em dados concretos locais que demonstrem a necessidade de maior rigor para o controle da disseminação do novo coronavírus.
“Quiseram colocar o comércio como grande vilão. As pessoas circulam em muitos lugares. Não podemos achar que fechar o comércio resolve o problema da pandemia. Pode ter diminuído a curva, com certeza. Mas não é a medida central para reduzir o problema”. “Imagina esse pequeno comércio, os trabalhadores ? como vão ficar ? Temos que apreender a conviver com essa doença, tomando medidas, restrições mas também não matando ninguém”, “com exagero na dose”, afirmou Mauro.
A alteração no decreto está baseada nas ações feitas pelo governo de Mato Grosso aumentando a quantidade de leitos em várias regiões. Ontem começou a funcionar na capital o centro de triagem e na região Oeste (Cáceres) mais 30 passaram a funcionar. Nos próximos dias no Nortão serão 10 em Peixoto de Azevedo e mais 10 em Alta Floresta (em Sinop foram 20 há dois meses). Outro fator mencionado pelo governo é adesão é a “ sensível adesão da população aos novos costumes” como isso de máscaras e álcool gel para prevenir o contágio.
É mencionado que o “índice de isolamento social em Cuiabá e Várzea Grande se mantém entre 35% e 40% durante os meses de junho e julho, mesmo com a variação da classificação de risco entre alto e muito alto, com as respectivas medidas não farmacológicas de restrição à circulação de pessoas”.
“Houve estabilidade nas 3 semanas na média móvel de mortes da doença (no Estado)”, disse Mauro, enumerando ações que o governo tem feito no combate a pandemia. “Compramos 400 mil testes rápidos e iniciando a distribuição para 141 municípios. O Estado ganhou de uma empresa 100 mil testes e são 500 mil. as prefeituras que solicitaram medicamentos do kit Covid o governo providenciou a compra, estamos tendo dificuldades em encontrar e assim que recebermos vamos distribuindo para as prefeituras”. “Tenho que parabenizar alguns municípios que estão fazendo trabalho de atenção básica, há alguns dias (comprando medicamentos e distribuindo). Temos cidades que há redução significativa de casos de agravamento em cidades que estão fazendo estes procedimentos” de combate aos principais sintomas da doença.
“Isolamento social é importante”. “O decreto traz mais rigor na fiscalização. Não haverá tolerância para festas, aglomerações”, acrescentou Mauro Mendes. “Seremos muito mais rígidos e austeros para com esta situação” e a polícia vai reforçar ações fiscalizatórias juntamente com equipes dos municípios.
O secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, disse que os levantamentos apontam leve redução no número de internações de pessoas com casos graves da doença. “Estamos estimando para a próxima semana 228 leitos (ocupados) para UTIs. Soma-se a isso o incremento de mais leitos, com a empreitada do governo do Estado, com mais 150 unidades de tratamento de intensivo, chegando a 486 disponíveis”, previu. “Os tratamentos precoces começam a dar resultados. Continuamos pedindo a população a atenção devida, é preciso ser vigilante. Para uma pequena parcela o vírus é fatal (grupos de riscos)”.
O secretário reforçou que as prefeituras continuam com autonomia para definição de restrições no comércio e demais áreas.
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