Ainda sem uma resposta positiva do Tribunal de Contas do Estado (TCE) quanto ao pedido por auditores que possam revisar contratos firmados pela administração passada, a Prefeitura de Várzea Grande já deu início a um trabalho de auditoria. Segundo o ex-senador Jayme Campos (DEM), marido da prefeita Lucimar Campos (DEM), uma equipe com quatro servidores concursados do próprio município já atua neste sentido.
De acordo com Jayme, ainda não é possível estimar quantos contratos conteriam irregularidades e o montante que estas falhas representariam de prejuízo ao município. Mesmo sem uma previsão de quando o levantamento deve ser concluído, o ex-senador já destaca alguns deles como “pitorescos”. “Para se ter noção, o padeiro que fornece para a prefeitura tem algo em torno de R$ 220 mil para receber. Uma dívida só de pão. Outro que diz que forneceu banana, não sei se é verdade ou mentira, porque isso ainda vai ser constatado, tem mais ou menos R$ 120 mil para receber. É uma verdadeira piada”, critica o democrata.
O trabalho de auditagem estaria sendo prejudicado porque muitas notas fiscais estariam soltas em gavetas e armários dos ex-secretários, conforme o ex-senador. A maioria delas ainda não teria sido empenhada ou paga pela prefeitura, o que é motivo de preocupação para Lucimar.
A suspeita da atual administração é a de uma eventual tentativa de “calote” aos fornecedores por parte da gestão passada, comanda por Walace Guimarães (PMDB), que teve o mandato cassado. Por outro lado, não é descartada a possibilidade de os serviços relatados nas notas não terem sido prestados e de a democrata fazer pagamentos ilegais ao quitar as dívidas.
Por conta disso é que, conforme Jayme, a prefeitura reiterou ao TCE o pedido por auditores, apesar de o relator das contas do município, o conselheiro Valter Albano, já ter afirmado que profissionais da Corte fazem este acompanhamento quadrimestralmente.
“Nós reiteramos o pedido, solicitando ao presidente Waldir Teis que destaque, pelo menos, dois ou três auditores para fazer um levantamento dos contratos, porque esses contratos ainda estão em vigência, alguns vão terminar só no final do ano e a nossa preocupação é que eles tenham muita gordura e isso possa prejudicar a própria prefeita Lucimar Campos no futuro”, argumentou o democrata.