A previsão do governo do Estado é de que até agosto o Banco Mundial pode fazer o desembolso dos U$ 250 milhões pretendidos pelo governador Mauro Mendes (DEM) para quitar a dívida de mesmo valor com o Bank of America. A previsão foi dada pelo secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, esta tarde durante sabatina no Colégio de Líderes da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. A intenção é assinar o contrato em julho e em setembro já não pagar nada ao banco norte-americano.
No entanto, antes de assinar, o governo vai precisar convencer os deputados de que a contratação é um bom negócio para Mato Grosso. Os deputados Lúdio Cabral (PT), João Batista (PROS) e Elizeu Nascimento (DC), questionaram e buscaram informações com Gallo, mas o deputado Wilson Santos (PSDB) já se posicionou contrário e encheu a proposta de críticas.
“A minha opinião é de que [o empréstimo] não deve ser feito. Desrespeita frontalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual promulgada no último dia cinco de fevereiro, que afirma que os governantes não podem fazer dívida para os seus sucessores e ele quer deixar dívida até 2038”, argumentou.
O tucano ainda questionou o fato de não ter sido feita uma concorrência pública para saber se outros bancos não oferecem taxa melhor do que a do Banco Mundial e disse que Mauro Mendes faz um projeto para o seu governo e não leva em consideração a condição em longo prazo.
Gallo rebateu as declarações de Wilson Santos dizendo que o projeto é de Estado, que a contratação, ao final, pode gerar uma economia de R$ 763 milhões e garantiu que o empréstimo não fere a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual. “Não estamos nos dois últimos quadrimestres [do mandato]. Os dois últimos quadrimestres você não pode deixar uma dívida para o próximo mandatário. Não é o caso, nós estamos no início do governo, todas as recuperações fiscais que são feitas, inclusive a dívida renegociada com a União foi renegociada em 20 anos”, defendeu.
O secretário também desqualificou as críticas de Wilson Santos dizendo que o projeto nasceu durante a gestão do ex-governador Pedro Taques (PSDB), de quem o deputado foi líder na Assembleia Legislativa.