O prefeito Chico Galindo (PTB) estuda recuar com o projeto de conceder à iniciativa privada os serviços de saneamento. Essa possibilidade vem aumentado nas últimas horas porque ele nãp conseguiu convencer o Ministério das Cidades de suspender o bloqueio de recursos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Como agravante, existe o receio de perder os repasses da ordem aproximada de R$ 400 milhões firmados em convênios, paralisados.
Galindo se reuniu ontem com equipe técnica do ministério, acompanhado do responsável pelo escritório do município em Brasília, Ricarte de Freitas,
mas não garantiu o esperado aval à ordem de suspensão dos procedimentos relativos ao PAC sob gestão da Caixa Econômica Federal. Fez exposição de que a proposta de concessão da gerência da Sanecap, como aprovado pela Câmara Municipal, “não está definida”. Representantes do governo federal explicaram a medida, que ocorreu em razão das informações relativas à validação da privatização do sistema. O prefeito negou andamento do projeto, destacando a necessidade de discutir o tema polêmico na capital.
Mas a resposta ficou para hoje, em nova rodada de reuniões no Ministério das Cidades. Ele tenta encontro nesta tarde com o ministro das Cidades, Mário Negromonte. Tentará convencer o ministro a não apenas acenar positivamente para a liberação da suspensão, como ainda assegurar caminho para o repasse da gestão do PAC para o governo do Estado. O governador Silval Barbosa (PMDB) aguarda resolução do assunto para dar sequência ao ato oficial de domínio das obras pelo Executivo de Mato Grosso.
Diante do quadro, o prefeito está temeroso sobre possibilidade de o município perder os recursos destinados às obras de tratamento de esgoto e distribuição de água. Em Brasília, o gestor avalia meios para consolidar os planos, mas está ciente do cenário marcado por dificuldades. A administração estadual não vê com bons olhos a celeuma gerada em torno do PAC, agravada com a decisão da prefeitura de optar pela concessãoo dos serviços.
O programa, lançado em 2007 na gestão do então prefeito Wilson Santos (PSDB), só teve até agora 7% de execução dos projetos desenhados em 8 lotes
originais. A deflagração da Operação Pacenas em 2009, pela Polícia Federal, provocou sequência de paralisação das obras, emperradas até hoje. Galindo assumiu a prefeitura em 2010, com a renúncia ao cargo do tucano para disputar o governo do Estado, no pleito de 2010. De lá para cá, argumenta incapacidade de a Sanecap, engessada em dívidas, realizar investimentos básicos no setor cobrados pela sociedade cuiabana.