O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) atestou, hoje, que os telefones da deputada Janaina Riva (PMDB) não foram grampeados pelo sistema guardião utilizados pelo Gaeco. Janaina encaminhou ofício ao Ministério Público Estadual questionando se foram promotores ligados ao Gaeco que pediram a quebra de seus sigilos telefônicos ou se o monitoramento foi realizado pelo sistema de escutas disponível na sede do Ministério Público. O coordenador do Gaeco, promotor Marcos Bulhões dos Santos, encaminhou uma certidão, esta tarde, onde atesta que os telefones da parlamentar não foram grampeados pelo sistema guardião sob tutela do Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado.
Com base na resposta, Janaina reforçou que as escutas telefônicas ilegais partiram de outros equipamentos. “Os equipamentos foram comprados por Lesco (coronel Evandro Lesco, chefe da Casa Militar do governo) em 2015, pelo valor de R$ 24 mil. Apesar de ter comprado em seu próprio nome, ele pediu que os equipamentos fossem entregues ao Comando Geral da Polícia Militar do Estado”, acusa Janaina, em nota encaminhada para a imprensa.
"À medida que os documentos vão chegando, fica cada vez mais claro que as escutas ilegais foram promovidas à mando do Palácio Paiaguás. Até o momento todos os policiais envolvidos continuam embaixo das asas do governador, na Casa Militar", comentou a deputada, que defende criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar o caso. Janaina enfatiza que é preciso saber por quanto tempo a central clandestina de escutas telefônicas ilegais funcionou no Estado, ou se ainda continua funcionando. Quer saber também qual era a finalidade de interceptar pessoas que nada tem a ver com as investigações de tráfico de drogas autorizadas pelo juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira.