O Grupo de Ação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) irá deflagrar em breve uma outra operação envolvendo vários deputados, que usaram do esquema de “notas frias” para maquiar gastos através de verbas da Assembleia Legislativa. A investigação tem como base as provas obtidas através do colaborador da ação originária da Operação Metástase, o contador Hilton Carlos da Costa Campos. Além de entregar como era operacionalizado o desvio da verba de suprimentos, ele revelou a existência de irregularidades em outro fundo.
O advogado Rodrigo Pouso comentou que o seu cliente entregou notas que comprometeriam mais parlamentares. "Ele tem outras notas, já entregues ao MP, que sinalizam para uma nova operação, porque o dinheiro não vinha desse fundo de suprimento de gabinete. Esses pedidos não foram feitos pela mesma pessoa que solicitava as notas que originaram a audiência de hoje", explicou.
No depoimento desta quarta-feira (24), o contador Hilton Carlos confessou que através do ex-servidor Vinícius Prado Silveira, lotado na Secretaria de Controle Interno, movimentou cerca de 600 notas frias para os parlamentares no período entre 2011 a 2014.
O contador, que no começo do esquema tinha somente uma empresa, acabou abrindo mais três CNPJs para suprir as “necessidades” dos parlamentares naquele período. Com o esquema, ele teria ganho em torno de R$ 80 mil. O colaborador alegou não conhecer nenhum deputado, mas admitiu ter prestado os “falsos” serviços.
Para o Gaeco, o ex-servidor Vinícius disse ter participado do esquema a mando de Geraldo Lauro, segundo informações que constam nos autos do processo da Operação Metástase.