O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) e o Núcleo de Ações de Competência Originária do Ministério Público ainda não informaram o que foi apreendido, ontem, na operação Sorrelfa, feita na casa do prefeito Juarez Costa (PMDB), no gabinete dele na prefeitura e na secretaria de Ação Social "para investigar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa". Policiais, delegados e promotores vão a analisar a documentação apreendida que foi encaminhada para Cuiabá. O GAECO ficou mais de 4 horas na residência e saiu, por volta das 17:50h, levando alguns volumes com documentos. "Da casa do prefeito foram documentos genéricos, nada específico, até porque o mandado determinava a busca e apreensão de qualquer documento encontrado", explicou, hoje, ao Só Notícias, o advogado do prefeito, Rafael Baldasso.
Em nota, a prefeitura informou que foi "cumprimento de mandado de busca e apreensão determinada pelo Tribunal de Justiça. Por se tratar de inquérito policial, que tramita sob sigilo, a Prefeitura de Sinop não tem mais detalhes sobre a investigação, não sabendo esclarecer o objeto da investigação e nem o nome das pessoas investigadas".
O Ministério Público confirmou que sete mandados foram cumpridos em Sinop – na casa do prefeito e na prefeitura- e em Santa Catarina. Não foram informados outros locais onde as equipes estiveram. Um posto de combustível em Sinop também teria sido alvo.
As ordens de busca e apreensões foram expedidas pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, a pedido do MP-GAECO, bem como o Núcleo de Ações de Competência Originária. O Ministério Público informou que estão trabalhando na operação 9 promotores de justiça, 2 delegados de polícia, 35 policiais militares e civis.
Ontem à noite, logo após a operação, Juarez Costa fez um pronunciamento, na prefeitura, e classificou como um ato “politiqueiro”, tramado, segundo ele, pelo governador Pedro Taques (PSDB) e um deputado federal e “seus asseclas”.
A assessoria do MP informou, por telefone, ao Só Notícias, "que nenhum integrante do GAECO vai as responder as acusações do prefeito Juarez Costa e que vai se pronunciar apenas nos autos".
O governador Pedro Taques ainda não se pronunciou.
O nome da operação, Sorrelfa, tem os seguintes significados: "disfarce ou artifício para enganar; que ou quem é muito apegado ao dinheiro; que ou quem é manhoso"
Fotos: Só Notícias/Vanessa Fogaça/Herbert de Souza