Mais de 150 pessoas, entre empresários, funcionários e representantes de associações, participaram do seminário ‘Inserção de PPD no Mercado de Trabalho’ na tarde desta quinta-feira (27). No evento, foi discutida a lei nº 8.213, que obriga empresas com 100 ou mais empregados a preencherem de 2% a 5% de seus cargos com Pessoas Portadoras de Deficiência (PPD). O seminário foi promovido pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), por meio do Conselho Temático de Relações do Trabalho e Desenvolvimento Sindical e a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) de Mato Grosso.
A programação contou com palestras de representantes do DRT-MT, do setor empresarial, apresentação de caso de sucesso e de associações representantes de PPDs no Estado. Um dos pontos levantados durante o seminário foram as dificuldades que as empresas encontram na hora de cumprir a lei. Para o representante do presidente da Fiemt no evento, o empresário Mauro Mendes Ferreira, a qualificação da mão-de-obra ainda é pequena no Estado. “Se o governo impôs esta lei que obriga as empresas com 100 ou mais empregados a contratarem PPDs, deveria também oferecer treinamento e qualificação para eles”, explica Mauro.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Promoção da Igualdade e de Combate à Discriminação (Nuproi) do DRT–MT, Ivete Vicentina de Amorim, as empresas do Estado que não estão cumprindo a lei já foram notificadas e se não se legalizarem, serão penalizadas. “O nosso objetivo não é apenas autuar as empresas, mas sim sensibilizá-las para que promovam a inclusão social dos PPDs, que encontram diversas dificuldades para entrar no mercado de trabalho”, ressalta.
O cadeirante Elias Spott, de 28 anos, aponta a falta de oportunidades como o maior entrave para conseguir um emprego. “Tenho vários cursos de qualificação, mas não consigo ser contratado em lugar nenhum. Até hoje não consegui um emprego, já passei por duas entrevistas, mas quando vêem minha deficiência, logo desistem da contratação”, desabafa. Elias Spott faz parte da Associação Mato-grossense de Deficientes e diz que vários de seus colegas, entre deficientes visuais e auditivos também sofrem com este tipo de problema. “Espero que com esta lei apareçam mais oportunidades para eu trabalhar”, afirma.