A falta de planejamento e, por consequência, projetos mal elaborados, falsos ou totalmente fora de contexto são os principais problemas das obras públicas no Brasil. Essa triste realidade oportuniza tanto o desvio de recursos, com o desperdício, quanto à corrupção. Foi o que disse hoje o conselheiro vice-presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso, Antonio Joaquim, na abertura da Audiência Pública organizada pelo Confea-CREA sobre obras da Copa do Mundo de 2014. O evento está ocorrendo no auditório da sede das Promotorias de Justiça de Cuiabá.
Antonio Joaquim endossou as palavras do presidente do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (Confea), Marco Túlio de Melo, e do presidente do Conselho Regional Tarciso Bassan, que apontaram as deficiências de projetos em obras públicas como principal fator de gravidade. Marco Túlio atribuiu às falhas de projeto o motivo de as obras para os Jogos Panamericanos, no Rio de Janeiro, terem custado sete vezes à estimativa inicial.
"Isso é um problema nacional e o TCE-MT vem lutando contra esse fato em nível de Mato Grosso. Atualmente, já está consolidada a suspensão de licitações de obras cujos projetos apresentem problemas", disse o conselheiro. Para ele, a rigorosa observação desses aspectos em âmbito nacional produziria um "salto de qualidade equivalente a uma revolução". "Projetos básicos ou projetos executivos feitos sobre os joelhos, apenas para justificar as obras, tem que ser banidos da nossa cultura", acrescentou.