O governador Silval Barbosa (PMDB) é peça-chave para decidir se o PMDB terá ou não candidatura própria em Cuiabá. Ex-secretário de Desenvolvimento do Centro-Oeste, Totó Parente, corre o risco de não ter consolidado o plano de encabeçar chapa majoritária, face ao panorama pouco alentador de composições. Na terça-feira, após reunião com o presidente estadual do PMDB, Carlos Bezerra, Totó reafirmou a construção do projeto próprio. Mas nos bastidores, a legenda já trabalha possibilidade de se aliar a outro grupo. Membros do partido ligados a Totó depositam em Silval a resolução do tema, ou seja, caberá ao governador “assumir” ou não o projeto político do PMDB na capital mato-grossense.
Totó disse que recebeu de Bezerra a confirmação de que o partido dará sequência à meta de disputar à prefeitura. Do mesmo encontro, participaram o presidente estadual do PR, deputado federal Wellington Fagundes, e ainda o prefeito de Rondonópolis, Ananias Filho, também republicano.
Discutiram vias para entendimentos entre as 2 legendas em vários municípios, como Cuiabá e Rondonópolis. Foram tratadas ainda análises conjunturais, inclusive sobre possível aproximação entre os partidos no pleito da capital. Totó, na busca pelo respaldo, vê com bons olhos aliança com o PR, mas na avaliação dele, republicanos viriam para somar. Assim, caberia ao PR ocupar posto de vice, por exemplo.
O desconforto entre representantes do PR ocorre porque a legenda caminha para composição com o empresário Mauro Mendes (PSB). Como o PSB ainda não oficializou a função aos republicanos, gerou-se incerteza sobre a participação na chapa. Nomes do vereador Francisco Vuolo e do deputado João Malheiros disputam internamente ocupação da vaga. Mas aumenta o coro dos que defendem amplos diálogos, e aí entra o PMDB de Carlos Bezerra.
A parceria entre as legendas poderá confirmar Ananias como líder do bloco capitaneado por Bezerra em Rondonópolis. Está prevista para hoje leitura da pesquisa que deve apontar o líder do projeto próprio na cidade. Fagundes é visto como um dos principais cabos eleitorais, com respeitada habilidade para construir alianças.
Composição entre líderes nacionais do PMDB e do PSB, projetam alterações nos quadros estaduais, como pode ocorrer em Mato Grosso. Em que pese o alinhamento político e orientações das executivas nacionais nem sempre serem cumpridos, os acordos provocam repaginações. PMDB e PR, de possíveis aliados de Mauro Mendes, podem até as eleições do dia 7 de outubro migrar para a oposição. Em tempo de eleições, tudo é válido, na opinião dos mais experientes políticos de Mato Grosso.