Mato Grosso, por falhas governamentais do Estado e dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, perdeu e vai continuar perdendo a oportunidade de ter acesso a recursos da ordem de R$ 18 bilhões referentes ao PAC Mobilidade Grandes Cidades, em razão da de uma simples decisão que se arrasta desde 1994 que foi, primeiramente, a criação do Aglomerado Urbano e depois a da Região Metropolitana.
Lançado em 2011 pelo governo federal, o PAC Mobilidade Grandes Cidades contemplou municípios ou regiões metropolitanas de mais de uma cidade acima de 700 mil habitantes, população que seria facilmente superada tendo Cuiabá e Várzea Grande juntas. Este número superaria 1 milhão de habitantes se reunisse ainda Santo Antônio de Leverger e Nossa Senhora do Livramento.
O vereador por Cuiabá, Toninho de Souza (PSD), fez duras críticas às administrações estadual e municipal por não tratarem o assunto com o devido respeito e enalteceu a postura do deputado estadual Sérgio Ricardo (PR), criador da Região Metropolitana, que assim como o Aglomerado Urbano, criado pelo então deputado estadual, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Antônio Joaquim.
"Vivemos uma pobreza interminável de falta de recursos públicos e quanto se tem acesso a financiamentos importantes eles não chegam por incompetência técnica do Estado e dos principais municípios de Mato Grosso", disse o vereador apontando que o então governador Blairo Maggi chegou a pleitear uma linha de financiamento neste sentido, mas as coisas não andaram porque não houve vontade política de se solucionar e colocar em prática a Região Metropolitana.
Toninho de Souza explicou que as coisas já não são fáceis perante o governo federal quando se fala em recursos públicos, mas quando se tem linhas de crédito disponíveis e não se utiliza das mesmas por inércia é o "fim do mundo". "A incompetência vive no meio dos órgãos públicos e quem padece com isso é a sociedade", disse o vereador pessedista.
O PAC Mobilidade Grandes Cidades divide os municípios em 3 grupos em função do tamanho de sua população, abrangendo cidades com mais de 700 mil habitantes em 18 estados, que inicialmente receberão recursos para transporte coletivo. Estão sendo investidos R$ 18 bilhões – R$ 6 bilhões de investimento direto da União e R$ 12 bilhões por meio de financiamento – para ampliar a capacidade de locomoção e melhorar a infraestrutura do transporte público nas grandes cidades.
Outro lado
O secretário de Estado de Cidades, Nico Baracat, evitou polemizar com o vereador Toninho de Souza, assegurando que o governo do Estado já está preparado para a criação da Agência ou Superintendência Metropolitana para atender as exigências da Região Metropolitana que será uma realidade.