Embora esteja disposto a auxiliar o futuro governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), no relacionamento com a administração federal, na tentativa de garantir e ampliar os investimentos do governo petista nas demandas do Estado, o presidente do Partido da República, senador eleito Wellington Fagundes, é incisivo ao diferenciar a provável interlocução com o Palácio do Planalto dos rumos que o PR deve tomar na próxima gestão estadual. Segundo ele, a disposição para contribuir com Taques não representa o posicionamento do partido sobre a participação no governo, o que lança dúvidas sobre a atuação do PR na Assembleia Legislativa.
“Da minha parte, estou pronto e preparado para trabalharmos juntos. Mas juntos por Mato Grosso. Isso não representa nenhuma posição partidária com relação à participação no governo. Nós não estivemos no palanque juntos. E eu já conversei com o presidente nacional do partido. É importante o PR estar fortalecido junto a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. É uma questão de estratégia para o partido”.
Nos últimos 12 anos, os republicanos estiveram ligados à base governista, tendo em vista que durante oito anos o partido esteve à frente do Executivo, com as duas gestões do então governador e hoje senador Blairo Maggi (PR), e que, durante o governo de Silval Barbosa (PMDB), nomes indicados pela sigla ocuparam diversas secretarias de Estado.
Após o primeiro turno das eleições, em 5 de outubro, os bastidores indicavam que o PR iria aderir ao grupo de Taques, proporcionando ao pedetista maioria absoluta na Casa, já que os partidos aliados a ele elegeram 11 parlamentares. No entanto, depois de liderar em Mato Grosso a campanha de Dilma Rousseff (PT) no segundo turno e conversar com a liderança nacional do PR, o discurso de Fagundes demonstra interesse do partido por independência no Legislativo estadual, onde possui a maior bancada, com 5 deputados.
Fagundes ainda lembrou que a articulação junto à União deve ser conversada com Taques, o que ainda não teria ocorrido. Coordenador da bancada do Centro-Oeste, o senador eleito espera que o diálogo seja feito por iniciativa do futuro governador. “A iniciativa é do governador. Cabe ao governante tomá-la. Tenho visto que ele foi a outros Poderes e com certeza vai fazendo isso ao tempo e a hora que ele definir. E penso que deve procurar não só a mim, mas a toda a bancada federal. Ele é senador, ele sabe a importância disso”.