A decisão de extinguir a Agência Executiva de Obras da Copa do Mundo (Agecopa) não foi uma mera ação para corrigir rumos administrativos e operacionais que se perderam por causa de uma briga política. Até o final desta semana, a Agecopa que teria uma duração superior a cinco anos, será reduzida a quase dois anos. Só que essa decisão reforçará o caixa do Tesouro Estadual em mais de R$ 2 bilhões até 2014, ano do evento. Sendo que somente neste ano, devem retornar entre R$ 250 milhões até R$ 400 milhões de um orçamento inicial previsto para 2011 da ordem de R$ 602,508 milhões.
A decisão não vai retirar os investimentos, só vai trazer para debaixo das asas e da competência do governador Silval Barbosa (PMDB), auxiliado pelos secretários de Fazenda, Edmilson José dos Santos, e de Planejamento, José Botelho do Prado, como gastar, a decisão do momento certo e dos cronogramas que serão implementados de agora até 2014.
"Antes a Agecopa era uma autarquia com status de secretaria de Estado, mas com independência administrativa e financeira, na prática essa situação vai permanecer mesmo com a criação da Secopa, só que com um diferencial, a nova pasta faz parte do staff governamental e toda a tramitação administrativa e financeira segue um rito que pela Agecopa seria independente", disse um alto assessor do governo do Estado.
Caso estivesse no início do ano de 2011, os R$ 602 milhões que são provenientes R$ 353 milhões de operação de crédito; R$ 243 milhões do Fethab, Fundeic e Fundesmat; e R$ 5 milhões de repasses do Tesouro Estadual, não seriam contabilizados para a Agecopa e sim para a nova Secretaria. A partir de agora, o que não foi gasto volta para a competência e para o Tesouro Estadual e os gastos seguirão um tramite diferenciado e de restrita competência dos gestores da nova pasta com o aval da equipe econômica e do próprio governador Silval Barbosa. "Com apenas uma decisão o governador acabou com uma crise de vaidades política, e reforçou a situação financeira do Estado e o controle rigoroso dos gastos públicos", disse.
Aliás, o governador adiantou que nada está definido em relação ao futuro da Secopa e que espera o quanto antes o aval dos deputados estaduais para que possa escolher quem serão os novos componentes. Silval apenas sinalizou o nome do secretário extraordinária de apoio a Copa e ao PAC, Djalma Sabo Mendes, como um dos secretários-adjuntos da Secopa, já que sua pasta será extinta com a troca de Agecopa para Secopa. Djalma é a pessoa de confiança do governador quanto a difícil e polêmica análise das desapropriações de patrimônio privado por onde passarão as obras de mobilidade urbana em Cuiabá e Várzea Grande.