O governador Blairo Maggi saiu hoje de dois encontros, em Washington, com dirigentes de Organizações Não Governamentais (ONGs), muito otimista em receber ajuda internacional para preservação ambiental e compensação dos produtores rurais de Mato Grosso que devem evitar o desmatamento de 20% de suas áreas, cuja derrubada é prevista em lei, para não plantar soja, milho ou arroz. O governador concedeu entrevista exclusiva, ao correspondente de Só Notícias na capital norte-americana, Luiz Amaral, e destacou que “os recursos são essenciais inclusive para compensar agricultores que estão dispostos a não derrubar 20% do total de suas áreas que têm amparo legal em nome da preservação ambiental ou que não puderam desenvolver suas terras em virtude das restrições ambientais. Não ressarci-los é injusto”, declarou Blairo.
”Não concordamos necessariamente com tudo o que foi apresentado aqui, mas precisamos saber que participamos do mesmo interesse em estabelecer um entendimento e avançar nossos objetivos”, emendou.
“Acredito que o desafio da conservação exige abertura e o restabelecimento de um diálogo entre os diferentes autores que representam papel chave na solucão dos problemas. Acredito que a diversidade da vida é também a diversidade de pensamento e que precisamos nos comunicar e informar para estabelecer o necessário diálogo para aprender e entender essa diversidade de pensamento”, acrescentou o governador.
Blairo tambem disse ao Só Notícias, que, ao seu ver, não há obstáculo ambiental ou de ONGs em relação a grande cobrança da região Norte de Mato Grosso que é o afastamento da BR-163, do Nortão a Santarém (PA), que apontavam uma aceleração nos desmatamentos devido a pavimentação de aproximadamente 1.100 km da rodovia. Para o governador, esta é uma fase superada. Um capítulo que faz parte do passado. “Dentro de quatro anos, os matro-grossenses e os produtos de seu trabalho (safra agrícola e madeira, por exemplo) estarão rolando no asfalto até o porto paraense, chegando ao exterior com maior economia ao setor produtivo. É compromisso do presidente Luiz Inácio da Silva”, afirmou.
Nos encontros de Blairo, secretários estaduais, deputados e presidentes de entidades estaduais com dirigentes de ONGs, em um hotel na capital norte-americana, foram apresentados vídeos dos potenciais econômico e ambiental mato-grossenses. Também respondeu perguntas de ambientalistas e deixou claro ser contrário ao projeto que está tramitando no Senado Federal para Mato Grosso ser excluído da área da amazônia legal. O governador manifestou-se favorável a regulamentação da medida provisória que vai deixar claro para os produtores os limites que devam respeitar.
A ação de Blairo pode dar resultados a curto prazo. Duncan Marshal, da ONG TNC (The Nature Conservancy), que atua no Brasil há 30 anos, disse concordar com o posicionamento mato-grossense em associar produção e sustentabilidade
O vice-presidente da Assembléia Legislativa, Dilceu Dal Bosco, que participou das audiências, disse que os encontros devem resultar em ações a curto prazo em parcerias com ONGs. “Queremos um Estado socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente correto. O parlamento estadual dará amparo para definir ações buscando estes objetivos”, disse, ao Só Notícias.
O governador, acompanhado dos secretários Terezinha Maggi, Luis Henrique Daldegan (Meio Ambiente), Cloves Vettorato ( de Projetos Estratégicos), Geraldo De Vitto (Administração), o deputado federal Homero Pereira e dos presidentes da Fiemt, Mauro Camargo e da Aprosoja, Rui Prado, seguiram, no início da noite, para Nova Iorque.
Nesta terça, eles almoçam com empresários e banqueiros durante o Fórum das Américas e participam do simpósio “Brasil: 27 países, uma Nação”, organizado pelo Council of the Américas. Maggi será um dos oito governadores brasileiros palestrantes e falará sobre as possibilidades de investimentos em Mato Grosso.
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