O Tribunal de Justiça de Mato Grosso analisa o pedido do ex-secretário de Estado de Infraestrutura, extinta Sinfra, Vilceu Marchetti, de trancamento da ação do Ministério Público Estadual (MPE) que investiga o suposto enriquecimento ilícito dele. Em entrevista a rádio CBN Cuiabá, o promotor de justiça Mauro Zaque disse que, em primeira instância, o pedido foi negado e o ex-secretário recorreu ao TJ na tentativa de travar as investigações sobre seu patrimônio.
Segundo explicações do promotor, Marchetti ao deixar o cargo apresentou registro da declaração de bens ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e neste documento ficou constatado um acréscimo injustificado do patrimônio pessoal dele. Na oportunidade, o TCE decidiu encaminhar os autos ao MPE para que fossem tomadas as medidas cíveis e penais cabíveis. “Estamos apurando se houve ou não o enriquecimento ilícito do ex-secretário. Não acredito que o TJ irá conceder esta liminar”, disse.
Para Zaque, a medida judicial pretendida por Marchetti apenas ajuda a reforçar a tese de que há algo de errado com o crescimento patrimonial do ex-secretário. “Se ele é inocente como alega ser, deveria entregar todos os documentos para que a verdade apareça. Quem foge da investigação é por que não quer, não aceita ou já sabe o resultado”, ressaltou.
Conforme Só Notícias já informou, cálculos feitos pela unidade técnica do TCE apontaram uma evolução patrimonial de Marchetti equivalente a 8,75 vezes, se comparadas as declarações de 2004 e 2009. Além, disso, o ex-secretário relacionou como bens quatro propriedades rurais, totalizando 19.600 hectares e mais de 2,3 mil bovinos e bufalinos. De outro, na declaração de bens foi informado que a única fonte de renda foi o subsídio de secretário de Estado, sendo ainda que as atividades de produtor rural apresentaram prejuízo.
Marchetti também é acusado de participar do esquema de desvio de R$ 44 milhões na compra dos maquinários para o governo do Estado no programa “MT 100% Equipado”. Ele juntamente com o ex-secretário de Estado de Administração, Geraldo De Vitto, e todas as empresas que venderam os maquinários são alvos de duas investigações comandadas pelo próprio Zaque.