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Ex-secretário nega estratégia para atrasar obra da Copa em Mato Grosso

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O ex-secretário da Secopa, Maurício Guimarães, negou que houve estratégia para atrasar a obra da Arena Pantanal, que deveria ser entregue no dia 30 de junho de 2013, um ano antes do Mundial em Cuiabá. Ele prestou depoimento hoje à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa na Assembleia Legislativa. 

O questionamento foi feito pelo deputado Wilson Santos (PSDB), que teve acesso a um depoimento prestado na Polícia Federal pelo ex-secretário Eder Moraes, onde ele afirma que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) mandou entregar a obra do estádio com atraso, porque o Estado não teria condições de dar manutenção à Arena até o evento da Copa. "No depoimento, Eder disse que houve orientação para que esta obra fosse entregue com atraso. Ele usou até mesmo uma expressão chula, que se terminasse no prazo, os pombos iriam defecarem ali, e que não havia dinheiro para manter a Arena por um ano", revelou Wilson.

Maurício negou ter recebido orientação para atrasar a obra. "Não houve interferência política nenhuma. Ao contrário, eu tive que ter ações enérgicas para entregar esta obra antes do mundial", alegou o ex-secretário.

Santos reclamou sobre os pagamentos que eram feitos antes da realização das obras por medições. "Em 2010 um ano eleitoral foram pagos, por exemplo, valores de estruturas metais para a empresa responsável sem o serviço estar pronto", destacou o tucano.

Líder do atual governo disse que, se houve prorrogação no projeto, houve falhas em sua elaboração, fato confirmado por Maurício Guimarães. "Reconheço que houve necessidades naquele momento. Eram serviços não previstos no projeto original. Houve erro e isso originou um preço maior da Arena", alegou o ex-secretário.

Wilson concluiu que a falta de planejamento foi proposital. "Foi plano fictício para inglês ver. Colocaram valores financeiros que quiseram para duplicar o preço, para roubar dinheiro público com aditivos absurdos, agora queremos saber para onde este dinheiro foi",

Maurício Guimarães também afirmou ter sido sua a decisão de excluir a empresa Santa Bárbara, que passava por recuperação judicial, do Consórcio com a Mendes Júnior. “O aceite da saída da Santa Barbara foi de minha responsabilidade e a Mendes Júnior apresentou todos os requisitos que comprovaram capacidade de assumir o processo de execução sozinha, pois a empresa em recuperação judicial comprometia toda a obra e cronograma. Essa foi uma de nossas melhores decisões e teve acompanhamento da assessoria jurídica”, reiterou.

O deputado Wagner Ramos (PSD) perguntou a Maurício se ele aceitaria o cargo de secretário da Copa após o resultado negativo das obras. "Não aceitaria, disse Guimarães, afirmando que "todo trabalho e esforços foram jogados na lama e que não há reconhecimento". 

Presidente da CPI, deputado Oscar Bezerra (PSB), também não descarta a possibilidade de uma terceira convocação de Guimarães para tratar das obras de mobilidade urbana. Este depoimento ainda não tem data prevista para ocorrer.

Oscar disse que o depoimento mostrou atos arbitrários cometidos pela Secopa. "Parecia que estavam corretos, mas estavam infringido leis. Estavam equivocados e lesaram a população. Se houvesse cautela na realização destas obras, milhões seriam economizados".

Para Oscar, o ex-chefe da Secopa chamou toda a responsabilidade da obra da Arena Pantanal para si. "Ele é responsável, mas no final da CPI cada um responderá por seus atos, ao ressaltar ter ficado claro que a decisão de gestão era dele – Maurício Guimarães".

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