O ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi, afirmou nunca ter participado da compra de terreno e nem de nenhuma organização criminosa supostamente montada durante a gestão do governador Silval Barbosa (PMDB). A declaração foi dada, esta manhã, à juíza Selma Rosane Arruda, durante a audiência de instrução de uma ação penal decorrente da operação Sodoma.
“Nunca conversei com ninguém sobre as licitações. Vejo com estarrecimento as declarações dos senhores Pedro Nadaf, Pedro Elias e César Zílio", ao alegar que é vítima de uma 'profusão de afirmações'. Ele afirmou ainda que irá colaborar com a investigação.
O ex-secretário negou participação na suposta organização criminosa que a Operação Sodoma investiga. Ele explicou que 2.133 minutas foram elaboradas na secretaria e o nome dele não é apontado como formulador de normas. Isso, conforme ele, indica que não há envolvimento na organização.
“Eu fiquei um ano preso e esperei para estar na frente de vossa excelência para tentar, de alguma forma, demonstrar que não integro essa organização criminosa. Sou vítima. Meu nome foi fulminado", declarou Marcel de Cursi, ao tentar explica a lei nº 10.207. A juíza Selma Arruda afirmou que, nesta fase, o ex-secretário não responde por organização criminosa.
Segundo o ex-secretário, a lei nº 10.207 foi criada em 2010. Nadaf afirmou em sua delação que ela servia para dar “total blindagem” ao governo para impedir investigações, consolidando atos e incentivos concedidos irregularmente bem como obras, obras da Copa para que “ninguém pudesse investigar o governo Silval”.
"Esse fato ele não foi escondido de ninguém. O Ministério Público Estadual (MPE) pediu minha prisão porque eu estava interferindo na CPI. Eu disse que não, que estava discutindo a mensagem 45. O material que foi apreendido, que estava no meu notebook, era a mensagem 45, existiam várias versões da mensagem".
O ex-secretário de Fazenda afirma que a lei "veio para criar uma disciplina para o Poder Executivo e que a receita Federal adota a mesma norma".
Cursi negou que tenha pedido propina de Willians Mischur, proprietário da Consignum. Afirmou que não o conhece. Também negou ter participado de qualquer processo licitatório no governo Silval e que não recebeu propina alguma, nem fraudou documentos.
(Atualizada às 10h50)