O ex-secretário estadual de Finanças Eder Moraes, divide a cela com mais outros dois detentos no Centro de Custódia de Cuiabá. Ele foi levado à penitenciária ontem à tarde e deve permanecer preso preventivamente, após a deflagração da 7ª fase da Operação Ararath, da Polícia Federal. É acusado de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Acusados de tráfico de drogas e por não pagamento de pensão alimentícia, os outros dois detentos não tiveram as identidades reveladas.
Segundo informações da Secretaria de Justiça e de Direitos Humanos, Eder se acomoda em uma cela 4×4, com quatro camas, um ventilador e uma televisão. Além disso, o ex-secretário come da mesma comida que os demais detentos da penitenciária que são oferecidos em marmitas no almoço e no jantar, ou pão com manteiga no café da manhã e no lanche.
Conforme a secretaria, Eder está bem distante do ex-deputado estadual José Riva (PSD), preso há 41 dias. Enquanto o ex-secretário está instalado no Lado B, Riva se encontra no Lado A, em prédios diferentes.
Neste domingo, Eder deve receber a primeira visita ao centro de custódia da capital. De acordo com a Sejudh, a esposa, os dois filhos, a mãe e um amigo foram registrados para se encontrarem com o ex-secretário na penitenciária. Ainda não há informações sobre a identidade do amigo.
Segundo o regulamento do presídio, todas as quartas-feiras e domingos, visitas estão permitidas no local. Uma lista de até cinco nomes é selecionada pelo próprio detento e encaminhada à diretoria do Centro de Custódia.
A reportagem entrou em contato com o advogado do ex-secretário, Ronan de Oliveira, para a confirmação da visita, no entanto, não obteve êxito.
Eder Moraes foi preso dentro de casa, na manhã desta quarta-feira (1º), após investigações constatarem que o ex-secretário fazia transações irregulares de imóveis e carros de luxo em nome de ‘laranjas’, além de fazer pagamentos indevidamente.
Ao todo, o ex-secretário deve devolver aos cofres públicos um montante de mais de R$ 100 milhões. No entanto, após a justiça decidir pelo bloqueio de bens, encontrou apenas R$ 1 mil na conta da esposa Laura Tereza da Costa Dias e nenhum centavo na conta de Eder.
Dentre as transações ilegais, o ex-secretário usou os filhos de 11 e 19 anos como laranjas do esquema e nomeou ambos como donos dos automóveis. Outro crime constatado pela polícia foi de que Eder vendia imóveis em condomínios de luxo por valores bem inferiores que de mercado. Dentre os ‘beneficiários’ estão parentes e amigos de Eder, além de membros da família do empresário Valdir Agostinho Piran.
O delegado de Combate ao Crime Organizado da PF, Marco Aurélio Faveri, ressaltou que as investigações continuam e novos desdobramentos da Operação devem ser efetuados em breve.