A defesa do ex-secretário Marcel Souza de Cursi, preso preventivamente desde setembro do ano passado, quer que o empresário João Batista Rosa, dono do Grupo Tractor Parts e vítima da suposta organização criminosa integrada pelo gestor, seja novamente interrogado na Justiça. O pedido foi protocolado na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, presidida pela juíza Selma Rosante Santos Arruda, e faz parte da relação de diligências complementares pleiteadas pelos advogados do réu. Para justificar o pedido, os advogados Roberto Tardelli e Marianna de Mendonça, que estão entre os responsáveis pela defesa, afirma que há uma série de informações prestadas por Rosa que foram corrigidas posteriormente por meio de uma petição.
Como o empresário não figura em nenhum dos polos da ação penal (acusação ou defesa), estas informações, no entendimento do advogado, devem ser ratificadas em nova audiência, com o direito à defesa de realizar perguntas neste sentido. Entre os questionamentos que seriam feitos estão a participação de Rosa em câmaras temáticas representando a classe comercial, se ele conhecia como se dava a renúncia fiscal, que o empresário disse ter adotado após ameaças das suposta organização criminosa, quais outros casos no mesmo molde do dele Rosa tem conhecimento e se ele ratifica as informações prestadas acerca dos cheques que teriam sido entregues ao ex-secretário Pedro Nadaf, também réu na ação.
Outro ponto que deverá ser alvo de questionamentos é a informação de que Marcel teria rastreado as informações acessadas pelos promotores quando investigavam o caso. “A divulgação feita […], é particularmente grave porque atinge o nervo cervical da imputação feita ao réu, de ser ele mentor intelectual, a lhe dar ares de manipulador de informações”. Os advogados também solicitaram a juntada de diversos documentos como guias que comprovem a existência dos créditos fiscais, alegados por Rosa, bem como os processos administrativos que as três empresas do grupo teriam iniciado para receber estes recursos.