A ex-secretária e ex-primeira-dama de Mato Grosso, Roseli Barbosa, presa em São Paulo ontem à tarde, chegou, por volta das 23h, no aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. Escoltada por policiais, ela viajou em voo comercial e foi encaminhada à penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá. Roseli foi presa no apartamento da família. Embora tenha afirmado por meio de nota que estava em Cuiabá, fontes ligadas à operação "Ouro de Tolo" garantiram que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) acompanhava Roseli na capital paulista no momento da prisão e foi com ela ao Distrito Policial em São Paulo.
O MPE acusa Roseli de "liderar a organização, Nilson Farias de ser intermediador entre servidores e empresário colaborador", Silvio Araújo é membro e há um empresário que fez delação premiada. Promotores apontam que foram criadas ficticiamente instituições privadas sem fins lucrativos para executarem convênios de demandas vinculadas ao fomento de trabalho e assistência social do Estado; elaboração de convênios entre a secretaria e institutos de fachada, apresentação de planilha de custos e respectiva combinação acerca de propina a cada um dos envolvidos.
O Ministério Público acusa Roseli Barbosa de ficar "com 40% do valor desviado". O "recebimento ocorria em dinheiro vivo e através de interposta pessoa". O empresário devolvia dinheiro e ficava com 36% do valor "conforme acerto prévio". Ainda de acordo com o MP, "24% do valor desviado era entregue em mãos a Nilson da Costa Faria e Rodrigo de Marchi que dividiam a referida propina".
A promotoria acusa Silvio Cesar de usar parte do dinheiro da propina para "pagar dívidas de campanhas eleitorais" no valor de "R$ 418 mil". O MP acusa Silvio de "para pagar a dívida, obteve de Roseli Barbosa autorização de que o empresário colaborar não repassasse a ela sua parte na propina em um dos convênios existentes 02/2013/SETAS/IHD". O Ministério Público apurou que esta "autorização resultou na quitação particular (fins de uso em campanha eleitoral) através de retenção de valores que seriam entregues a título de propina a então primeira dama do Estado de Mato Grosso".