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Ex-presidente da Metamat diz que foi de avião ao Nortão comprar ouro para ex-secretários

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O ex-presidente da METAMAT – Companhia Mato-grossense de Mineração – João Justino, informou, em delação premiada na Operação Somoda 4, que se deslocava de Cuiabá a Peixoto de Azevedo, em avião fretado, para comprar barras de ouro para os ex-secretários estaduais Pedro Nadaf (Casa Civil) e Marcel De Cursi (Fazenda). Justino alegou que assim que recebia o dinheiro dos ex-secretários, ligava para os garimpeiros e encomendava o ouro. No total, segundo a investigação, o delator adquiriu 10 kg de barra de ouro com dinheiro desviado, a pedido de Nadaf e Cursi, que davam o dinheiro para ele fazer as compras. A informação é do Mídia News.

Quando a encomenda ficava pronta, deslocava-se através de um avião fretado ou de automóvel para buscá-las, e retornava no mesmo dia, e imediatamente, repassava o ouro para os referidos denunciados”, disse

A informação consta em requerimento apresentado pelo ex-presidente da Metamat à juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, em dezembro passado. A justiça apura se o dinheiro utilizado para comprar de ouro teria sido obtido por meio da desapropriação da área conhecida como Jardim Liberdade, em Cuiabá, no governo do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Cursi está preso há 5 meses, no Centro de Custódia de Cuiabá e Nadaf conseguiu liberdade, após fazer delação premiada, e usa tornozeleira eletrônica.

 

 

 

 

 

Em sua defesa, ele alega que não cometeu crime de lavagem de dinheiro, pois não sabia que o dinheiro entregue a ele por Nadaf e Cursi para a compra do ouro possuía origem ilícita. O pedido ainda não foi analisado pela magistrada.

 

“E por tudo mais que dos autos consta, o denunciado concorda com os fatos, mas não aceita a acusação contra ele imputada no libelo acusatório, a qual resta por completo rechaçada, requerendo a vossa excelência, se digne julgar totalmente improcedente a denúncia quanto ao ora denunciado, requerendo a sua absolvição”, afirmou.

 

Dinheiro que bancou o ouro
Segundo a Defaz, o empresário Filinto Muller criou uma empresa de fachada, a SF Assessoria e Organização de Eventos, para lavar o dinheiro da desapropriação da terra.

Conforme os autos, Filinto repassou R$ 750 mil a Marcel de Cursi, parte que lhe cabia no  esquema.

 

Cursi então teria acrescentado mais R$ 250 mil ao valor e repassado a João Justino, para que fosse providenciada a compra de 10 kg em barras de ouro.

 

De acordo com a Defaz, as barras de ouro foram entregues a Pedro Nadaf que, por sua vez, repassou pessoalmente o carregamento do metal a Marcel de Cursi, no final de 2014.

 

Além do ex-Metamat e dos ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel De Cursi, também são réus: o empresário Filinto Muller; o procurador de Estado aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o ex-secretário de Planejamento Arnaldo Alves de Souza Neto; o ex-presidente do Intermat, Afonso Dalberto; além do proprietário do imóvel, Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior.

 

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